O Corinthians não quer ser um mero “outdoor” para marcas. A afirmação foi feita pelo diretor de marketing do clube, Luís Paulo Rosenberg, em vídeo que oficializou o BMG como patrocinador do time paulista. Com ênfase nos projetos conjuntos com o novo parceiro, o dirigente mostra um discurso bastante distinto do que acontecia há dez anos, com a Hypermarcas e com a Caixa.
Na apresentação do banco estatal, por exemplo, Rosenberg, então vice-presidente do Corinthians, chegou a afirmar que o clube era “um dos maiores cartazes de propaganda do Brasil”. Com a Hypermarcas, o time não hesitou em servir de plataforma de exposição para diversas marcas, em período em que a equipe chegou a jogar com o logotipo do desodorante Avanço nas axilas das camisas.
A promessa agora é de ter o BMG como um parceiro comercial de fato, com projetos que consigam arrecadar mais para a empresa e para o clube. O contrato renderá R$ 30 milhões fixos ao time paulista, mas o valor poderá subir conforme o andamento das ativações, que serão detalhadas na próxima terça-feira (22).
“É um projeto absolutamente inédito, revolucionário, e que vai depender, para o seu sucesso, da adesão da ‘fiel’ a esse produto novo que está sendo criado. Isso significa que nós teremos um contrato de parceria”, ressaltou Rosenberg, na apresentação do novo parceiro.
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O discurso, no entanto, terá que ecoar com a realidade do futebol brasileiro, ainda carente de grandes ativações entre patrocinadores esportivos. Com a própria Caixa, alguns projetos foram deixados de lado. Na apresentação da empresa, em 2012, houve a promessa de criação de um cartão de crédito com a marca do clube, que saiu do papel, mas nunca recebeu grande atenção de nenhuma das duas partes.
No plano de expansão da marca Caixa pelo futebol, por sinal, ativação nunca foi a prioridade. Com o próprio Corinthians, as ações minguaram ao longo dos anos. E, com as outras equipes, tampouco houve iniciativas notáveis por parte do banco.
Ao menos no discurso, o posicionamento corintiano tem sido completamente contrário. Na apresentação do BMG, o clube afirmou ter recusado outras propostas que não envolvessem um projeto maior e que fossem limitadas à exposição da marca. Mas o próprio banco mineiro tem histórico limitado nessa questão. No começo da década, a companhia investiu em diversos clubes, com negócios que ficaram apenas na compra e venda de atletas para as principais equipes.