O Clube dos 13, grupo formado por 20 times do futebol nacional, vive um período de indefinição em função das negociações dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2014. E de longe, esse impasse também preocupa as empresas que compram espaço na grade esportiva da Globo.
O problema é que a emissora carioca, detentora dos direitos de transmissão do torneio nacional desde 1987, ano em que os clubes começaram a negociar em bloco, tem pela frente a primeira chance real de perder o Brasileiro na TV aberta. A Globo pagou R$ 250 milhões pelo último triênio, mas o Clube dos 13 estima receber até o dobro disso no próximo período.
Em 2010, a Globo vendeu seis cotas de seu pacote esportivo e cobrou R$ 134 milhões de cada empresa. O Campeonato Brasileiro é o centro do grupo de atrações oferecidas pela emissora.
Uma das estratégias cogitadas pela Globo para atingir o valor mais alto almejado pelo Clube dos 13 é cobrar mais de seus anunciantes. Cada uma dessas empresas desembolsava R$ 59 milhões pelo pacote em 2003.
“Até que ponto os anunciantes têm folego para essa escalada? Os anunciantes estão angustiados. Alguns cotistas usam 80% de sua verba anual no pacote de futebol. O saco tem fundo”, ponderou Lica Bueno, diretora nacional de mídia da F∕Nazca Saatchi & Saatchi, em entrevista ao “Meio&Mensagem”.
Outro temor dos cotistas da Globo é que a emissora carioca prioriza anualmente os atuais investidores. Caso o Clube dos 13 opte por outro parceiro, isso pode dar origem a uma nova concorrência pelos espaços no pacote e inflar os preços.