Em um evento realizado na manhã desta terça-feira (13) no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) revelou uma série de novidades à imprensa e ao público a dez dias da abertura dos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru. A entidade lançou uma linha própria de uniformes, deu o pontapé inicial em um programa de licenciamento de produtos e ainda estreou uma nova campanha publicitária.
Das três notícias divulgadas pelo CPB, a que mais chama atenção é a opção por uma linha própria de uniformes. Enquanto o Comitê Olímpico do Brasil (COB) possui acordo com a marca chinesa Peak, que teve muita visibilidade nas últimas semanas com a melhor participação da história do esporte brasileiro em Jogos Pan-Americanos, o CPB segue uma tendência iniciada no país por times de futebol pequenos e médios.
“Pela primeira vez, nós deixaremos de ir a reboque. Eu me lembro das outras missões, em que o material era feito, e nós tínhamos que nos adaptar a ele. Agora, fizemos diferente, sob medida, pensando em todas as especificidades de cada deficiência para ter o melhor uniforme possível”, explicou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de 5 (para cegos) em Atenas 2004 e Pequim 2008 e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
“O desafio era desenvolver produtos que conversassem com a identidade visual e que atendessem à alta performance. Precisamos pensar em engenharia de produtos e gramatura de tecido para ser funcional. Nós conversamos com a área técnica do Comitê Paralímpico Brasileiro e com os atletas para entender a necessidade deles. A linha foi feita com foco no atleta paralímpico e tem detalhes que atendem às características de cada um. Por exemplo, as calças têm zíper para facilitar a vida dos que usam próteses”, afirmou Amanda Rabelo, responsável pela equipe de designers do CPB, que idealizou os uniformes.
A coleção conta com 127 peças desenvolvidas especialmente para os atletas paralímpicos. Alguns deles foram convidados e estiveram presentes em um desfile realizado durante o evento para divulgar os novos uniformes aos principais patrocinadores da entidade: Loterias Caixa, Braskem e Ajinomoto.
“Eu amei os uniformes. O CPB está de parabéns. A cada ano, o nosso uniforme veio evoluindo e, com essas novas peças, tenho toda a facilidade do mundo para vestir. Foi feito para nós. Pensaram em todos os detalhes, nas necessidades de cada deficiência”, celebrou Raíssa Machado, paratleta do lançamento de dardo, que tem má-formação nos membros inferiores.
O CPB ainda aproveitou para apresentar o novo posicionamento institucional da entidade. Para isso, lançou a campanha “Movimento Paralímpico”, sobre conscientização do esporte para pessoa com deficiência. Mateus de Assis (halterofilismo), Dayanne Silva (natação) e Vinícius Rodrigues (atletismo) são as estrelas da campanha. Os três gravaram por duas semanas no CT Paralímpico e protagonizam vídeos de 15, 30 e 60 segundos. A campanha terá três etapas até o fim de 2020, com a primeira sendo veiculada de agosto a dezembro de 2019 nos canais SporTV e nas redes sociais do CPB.
“Esta é uma campanha importante, que mostra a capacidade e o potencial do paratleta e deixa claro, principalmente, que a deficiência é só um detalhe, que o esforço, a dedicação, o sacrifício e a habilidade estão em primeiro lugar”, comentou Mizael Conrado.
Por último, também foi anunciado o início de um programa de licenciamento de produtos alusivos ao movimento paralímpico. A primeira parceria será com a marca Reserva, que comercializará camisetas produzidas com o mote da campanha.
Os Jogos Parapan-Americanos serão a principal competição paralímpica da temporada 2019, de 23 de agosto a 1º de setembro, em Lima, no Peru. Ao todo, serão 512 integrantes na missão brasileira, sendo 337 atletas de 17 modalidades, a maior da história brasileira. A meta é se manter na primeira colocação no quadro geral de medalhas, fato que se repete desde a edição do Rio de Janeiro, em 2007.