Quase três semanas após a decisão entre Miami Heat e Dallas Mavericks, a NBA, principal liga de basquete do planeta, está entrando em greve. O prazo para que donos de clubes e atletas chegassem a um acordo se encerrou no fim desta quinta-feira (30), sem que qualquer conclusão ou avanço significativo fossem atingidos.
Na tarde desta quinta, representantes de ambas as partes se reuniram por cerca de três horas. “Tentamos evitar o locaute”, disse Matt Bonner, vice-presidente da associação dos atletas da NBA, ao jornal “The New York Times”. “Infelizmente, não chegamos a um acordo e vamos continuar trabalhando para resolvê-lo”, acrescentou.
Por enquanto, jogadores e equipes estão impedidos de conversar, e pagamentos e planos de saúde estão suspensos por período indeterminado. Todos os negócios feitos pela liga também estão paralisados, até que os proprietários dos clubes e os jogadores encontrem uma solução para o imbróglio que já dura 18 meses.
A principal razão pelo conflito está no desejo dos proprietários dos times em redesenhar o sistema econômico da liga. Os dirigentes insistem em reduzir a duração dos contratos firmados com os atletas, bem como redução de aproximadamente 38% nos salários deles. Essa seria a maior limitação imposta desde 1984.
Embora a NBA gere aproximadamente US$ 3,8 bilhões anuais, os cartolas alegam que o sistema financeiro está falido. Das 30 equipes que integram a liga, 22 estão tendo prejuízos recorrentes, com perdas gerais que excedem a US$ 300 milhões por ano. A proposta é que a fatia dos atletas seja diminuída consideravelmente.
Por parte dos jogadores, houve proposta de redução em US$ 100 milhões anuais nos salários, algo que reduziria a participação deles nas receitas de 57% para 54,3%. David Stern, comissionário responsável por representar as equipes, considerou a oferta como “modesta”. A liga quer que a renda seja dividida meio a meio.
“Não estou com medo e estou ciente do potencial dano que isso pode causar à liga”, afirmou Stern, após a última rodada de negociações. O locaute, na verdade, não é novidade na história da principal competição de basquete do mundo. Em 1998, similar greve paralisou o torneio por mais de seis meses, causando vários problemas.
Desse modo, a NBA é a segunda gigante norte-americana a entrar em greve entre 2010 e 2011. A NFL, liga de futebol americano, também enfrenta problemas em decorrência do confronto entre proprietários de equipes e atletas. Os “vizinhos”, ao basquete norte-americano, indicam quão complicada pode ficar a situação.