Clube calcula que terá de vender 60 mil peças para poder pagar valor adiantado de parceiro
Redação - São Paulo (SP) Publicado em 02/01/2020, às 07h32 - Atualizado às 10h32
O Cruzeiro e a Adidas colocam nesta quinta-feira à venda o primeiro lote de uniformes do clube fabricados pela marca alemã já com prazo de validade para acabar a parceria. Na próxima semana, uma reunião entre dirigentes do clube e representantes da fornecedora deve selar o final do contrato firmado no ano passado e que passou a ter validade a partir da virada do ano.
Em entrevistas a diversos veículos de imprensa, os dirigentes mineiros confirmaram que devem romper com a Adidas por não concordar com o modelo do negócio, firmado pela antiga diretoria cruzeirense, que pediu para sair depois do rebaixamento do clube à Série B do Campeonato Brasileiro em 2019.
O Cruzeiro receberá 24% dos royalties da venda de cada camisa para os lojistas. Nas lojas oficiais do clube, há ainda o direito a receber mais 7% sobre o valor pago pelo torcedor no preço final. Além disso, é preciso pagar pelos uniformes que os times masculino, feminino e categorias de base usarão ao longo da temporada.
Esse modelo de negócios em que o clube deixa de receber um valor fixo e outro variável das fabricantes vem sendo adotado pela maioria das empresas desde 2016. A própria Adidas tem acordo similar a esse com Internacional e São Paulo. O aumento do risco dos times fez com que muitos decidissem lançar marcas próprias, em que assumem a gestão do fornecimento em troca de maior receita.
Esse também deve ser o caminho do Cruzeiro. Antes, porém, o clube precisa devolver R$ 2,5 milhões que foram adiantados com a Adidas. O cálculo é de que o clube precisará vender cerca de 60 mil peças para zerar a dívida e, assim, poder romper o acordo, o que aconteceria não antes do mês de março.