Ex-presidente do Atlético Mineiro e atual CEO da Liga Sul-Minas-Rio, Alexandre Kalil tem sido a voz destoante da CBF, que vê com maus olhos o surgimento de um comando paralelo ao seu poder no futebol brasileiro. E, ao comentar a saída de Marcelo Campos Pinto da Globo, as posições permaneceram antagônicas.
Entende-se: a Globo é uma parceira da CBF. Por outro lado, Kalil defendeu até o fim a manutenção do Clube dos 13 e a concorrência livre pelos direitos de televisão. Temeu as disparidades entre os valores recebidos por cada agremiação, o que se consolidou com as negociações individuais entre os clubes.
Para o dirigente mineiro, a substituição de Campos Pinto por Pedro Garcia, ex-GloboSat, muda a relação da Globo com o futebol e dá maior voz aos canais pagos.
“É um novo futebol que está chegando, e as peças estão se restaurando. A entrada do Garcia mostra que a Globo está pensando no futebol do futuro. E no futuro não existe futebol na TV aberta”, afirmou à Máquina do Esporte.
Kalil aproveitou a conversa para ironizar os valores que são recebidos pelos clubes brasileiros atualmente. “O Marcelo fez do futebol um produto altamente rentável. Ele comprou o futebol pela metade do que ele vale”, comentou.
A visão ácida do dirigente está distante do que pensa o secretário-geral da CBF, Walter Feldmann. O dirigente, braço direito de Marco Polo Del Nero, fez questão de exaltar o período em que Marcelo Campos Pinto manteve alto poder no futebol do Brasil.
“Um dos caras mais brilhantes em inteligência e capacidade estratégica. Figura impressionante que acumulou muito conhecimento sobre organização do futebol brasileiro e seus mecanismos de gestão. Foi homem-chave na universalização da informação sobre futebol”, elogiou.