A Rede Esporte Pela Mudança Social (REMS), organização que une diversas entidades esportivas que trabalham com a inclusão por meio do esporte, completou neste ano dez anos de existência. Mas, nem por isso, já existe um livre diálogo com o Poder Público.
Hoje, o REMS conta com 86 organizações parceiras. E, muitas delas, com nomes famosos do meio esportivo, como a Fundação Cafu, o Instituto Ayrton Senna e o Instituto Barrichello. Os ex-atletas ajudam a entidade ter maior voz ativa, mas nem sempre a entrada é simples como seria necessária.
“Fala-se em tornar o país uma potência olímpica, mas nós temos 100 milhões de pessoas sedentárias no Brasil. Assim, é impossível. Nós trabalhamos com organizações que trabalham o esporte na base e precisamos de maior diálogo com governo e ministérios”, salientou William de Oliveira, porta-voz da REMS, em conversa com a Máquina do Esporte.
O grande argumento da entidade é ter uma série de levantamentos e dados sobre o esporte no Brasil, além de representar as 86 organizações. O REMS tem participação direta em estudos acadêmicos e em levantamentos do PNUD, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que patrocana a Rede.
Essa interferência, que já existe em programas do Governo Estadual do Rio e de São Paulo, poderia funcionar como suporte a questões levantadas recentemente pelo Estado, caso específico da Lei Geral do Esporte. Mas a situação em Brasília não ajuda.
“Tínhamos uma boa abertura com o Ministério do Esporte no antigo governo, com o PCdoB e, depois, com o George Hilton. Quando houve a mudança, todo o trabalho que foi realizado parou de andar”, lamentou Oliveira.