Os responsáveis pela festa de abertura dos Jogos Olímpicos admitiram que precisaram cortar gastos para realizar o evento, o que fez o espetáculo ser menos pomposo do que o esperado.
Mas, na arquibancada e pelas redes sociais, a festa de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 mostrou que o Brasil conseguiu realizar um evento que é revelador de suas próprias virtudes e fraquezas, mas que é capaz de comover e envolver o seu público.
Sem a pompa de chineses e ingleses, os dois últimos anfitriões olímpicos, a festa de abertura brasileira teve como maior mérito transmitir mensagens ao mundo por meio do reforço de características genuinamente brasileiras.
Da diversidade étnica que nos faz ter figuras tão distintas e competentes como Gisele Bündchen e Elza Soares, passando por ritmos, batuques e festas, demos o recado de quantas riquezas o país tem.
A principal mensagem que se tentou transmitir, porém, é aquela em que houve nossa maior falha na organização dos Jogos.
O recado de que o aquecimento global precisa parar foi muito bem dado com a “Floresta dos Atletas”, que será feita pelas mudas de árvores plantadas pelos atletas do desfile de abertura.
Da mesma forma, o uso da bicicleta para anunciar a entrada de cada delegação, acompanhada de crianças de várias etnias carregando árvores em fase de crescimento foi emblemático.
A exibição dos aros olímpicos em forma de plantas também foi perfeita para transmitir a mensagem. Afinal, o Rio prometeu, em 2009, entregar os Jogos Olímpicos mais sustentáveis da história.
O problema é que, até agora, o projeto segue no papel. Nenhuma obra de legado socioambiental foi realizada. E a Baía de Guanabara ainda nos dará muito motivo para reclamação dos outros, por seguir muito poluída.
Durante toda a festa, o que nós mostramos foi exatamente esses contrastes tão genuinamente brasileiros. Somos capazes de fazer uma celebração fabulosa, mas tendo ainda seus problemas.