Em 2006, a World Marathon Majors, entidade que reúne as seis principais provas de maratona de rua do mundo, anunciou um prêmio revolucionário no atletismo. A cada dois anos, o atleta que obtiver o melhor ranking na disputa das seis provas ganha um prêmio de US$ 1 milhão.
A estratégia fez com que as provas de Tóquio, Londres, Berlim, Boston, Chicago e Nova York se tornassem obrigatórias para os principais maratonistas do mundo. No ano passado, a WMM decidiu inserir um rígido controle antidoping para os atletas, algo inédito no universo das corridas de rua. O resultado não poderia ser pior para a imagem das provas.
Neste ano, a WMM não distribuiu na segunda-feira seguinte à Maratona de Nova York a premiação para os líderes do ranking do biênio.
O motivo?
Rita Jeptoo, que encabeçava a disputa entre as mulheres, foi flagrada em exame antidoping fora de competição para EPO (eritropoietina). A droga, usada na medicina por pacientes com insuficiência renal, estimula a produção de glóbulos vermelhos, melhorando a circulação sanguínea. No esporte, é utilizada por atletas de provas de resistência, como as corridas de rua.
Bicampeã das maratonas de Chicago e Boston, Rita Jeptoo ainda recorre da decisão, obtida após um exame realizado em setembro. A queniana espera a contraprova para conseguir provar sua inocência. No domingo, a entrevista coletiva para premiar os vencedores foi cancelada. Jeptoo não correu a prova.
“Trapaceiros devem entender que eles não são bem-vindos em nosso esporte e que eles serão pegos”, afirmou Nick Bitel, conselheiro geral da WMM.