Eleição do Rio 2016 pode ter sido comprada, diz jornal francês

Delegação brasileira festeja vitória do Rio para 2016

O jornal francês Le Monde revelou, na sexta-feira (dia 3), suspeita de pagamento de propina para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

De acordo com a publicação, o empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, ligado ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, teria depositado US$ 1,5 milhão a Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, então presidente da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) e membro do COI.

Segundo o jornal francês, a holding Matlock Capital Group, das Ilhas Virgens britânicas, que gere negócios de Soares, teria depositado o valor em uma conta de Papa Massata três dias antes da eleição.

O assunto aparece em investigação da Justiça Federal da França aberta no final de 2015 para apurar a anuência de dirigentes da Iaaf ante o escândalo de doping do atletismo russo.  Lamine Diack, que chegou a ser detido, permanece em prisão domiciliar na França. Papa Massata permanece foragido e com mandado de prisão expedido pela Interpol.

A eleição que definiu a sede dos Jogos de 2016 foi realizada em 2009 em Copenhague, na Dinamarca. A candidatura do Rio não era considerada a favorita. No entanto, derrotou Madri, Tóquio e Chicago no pleito.

Na época, Shintaro Ishihara, prefeito de Tóquio, chegou a sugerir que o presidente Lula teria feito promessas “ousadas” a membros africanos do COI. Mais do que insinuações, a análise da movimentação financeira da família Diack mostra indícios sérios de pagamento de propina na eleição. O COI prometeu colaborar com as investigações.

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