Os temores de que a crise econômica que paira sobre o Brasil afetasse o futebol de forma contundente estão, a cada dia, sendo dissipados. O cenário de instabilidade trouxe consigo a necessidade de reinvenção do negócio: os programas de sócios-torcedores ganharam força em meio à dificuldade de prospecção de marcas fixas para as camisas.
Os 67 clubes que fazem parte do Movimento por um Futebol Melhor tiveram, no total, um crescimento de 128% até o balanço do mês de agosto. Foram 260 mil novos associados, recorde de inscrições desde a criação do projeto, há três anos.
Em 2014, o crescimento foi de 114 mil. Em 2013, quando o programa de benefícios foi lançado, o crescimento foi de 249 mil novos sócios-torcedores.
“Atualmente, o sócio-torcedor é mais importante do que o patrocínio máster. Com a economia instável, é uma fonte segura de receita”, afirmou Douglas Schwartzmann, vice-presidente de marketing do São Paulo.
Seguindo essa tendência, o clube reformulou o seu projeto de sócio-torcedor em julho e teve uma das principais ascensões no número de inscritos da temporada, conseguindo mais 20 mil novas adesões em três meses. A meta são-paulina é chegar aos R$ 40 milhões anuais com o programa.
Ao todo, os clubes devem arrecadar R$ 400 milhões em 2015. No primeiro ano do Movimento, a receita total foi de R$ 57 milhões, cifra 601,7% inferior à deste ano. O crescimento vertiginoso está ancorado em dois itens: programas com preços mais acessíveis e adesão das empresas, que passaram a enxergar o projeto como plataforma institucional.
Em quase três anos, já foram concedidos cerca de R$ 70 milhões em descontos em produtos das empresas que fazem parte do Movimento. Internacional (147,2 mil), Palmeiras (129,4 mil) e Corinthians (127,1 mil) formam o pódio do Torcedômetro, ranking dos clubes com o maior número de associados.