Não bastasse a onda de protesto em relação às condições de trabalho para a infraestrutura da Copa de 2022, no Qatar, os patrocinadores da Fifa sofreram outro duro golpe nesta quarta-feira (27) com o estouro do escândalo de corrupção que culminou na prisão de sete dirigentes do futebol. Ainda digerindo o novo revés, apenas Adidas e McDonald’s se manifestaram nas últimas horas sobre o caso.
A fabricante esportiva foi a primeira a emitir uma nota oficial para cobrar transparência no esporte.
“O grupo Adidas está totalmente comprometido em criar uma cultura que promova o maior padrão ético, e esperamos os mesmos dos nossos parceiros. Após as notícias de hoje, só podemos encorajar a Fifa a continuar estabelecendo e seguindo padrões transparentes de procedimento em tudo o que fazem”, diz o comunicado da empresa, que encerra reafirmando seu apoio ao futebol em todos os níveis.
O McDonald’s teve uma postura mais incisiva. “O McDonald’s leva questões de ética e corrupção muito a sério,, e as notícias do Departamento de Justiça dos Estados Unidos são extremamente preocupantes. Estamos em contato com a Fifa sobre esta matéria e vamos continuar a acompanhar a situação de muito perto”.
As demais parceiras comerciais da Fifa ainda não se posicionaram sobre as investigações do FBI.
O escândalo sacudiu o mundo do futebol no dia seguinte à divulgação dos “anti-logos” das empresas associadas à entidade. As imagens foram publicadas pelo site The Roosevelts e mostra novos desenhos para as marcas alusivos à escravidão, numa crítica à situação dos trabalhadores envolvidos no projeto Qatar 2022.
Na semana passada, ONGs lideradas por Jaimie Fuller, CEO da empresa de roupa esportiva Skins, pediram aos patrocinadores para tomarem uma posição sobre os abusos aos envolvidos da construção civil no país asiático. Os ativistas divulgaram que para cada jogo da Copa do Mundo já morreram mais de 62 trabalhadores. Na ocasião, Visa, Coca-Cola e Adidas cobraram a Fifa sobre a violação aos direitos humanos.
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