Empresas do Oriente Médio já despejaram US$ 1,5 bilhão (R$ 3,94 bilhões) no futebol europeu nos últimos dez anos. O valor foi divulgado no estudo Gigantes Emergentes, da empresa de pesquisas Repucom. O montante de investimentos nos últimos dez anos é ainda mais relevante se pensarmos que antes de 2005 ele era praticamente inexistente.
As empresas do Golfo Pérsico são atraídas pela visibilidade e da boa imagem gerada com o patrocínio aos clubes. Segundo a pesquisa, o esporte atrai interesse de 2,2 bilhões de pessoas no mundo, sendo que o futebol possui uma legião de 1,6 bilhão de fãs.
As companhias da região patrocinam cerca de 20 clubes do velho continente, sendo que o setor aéreo é o mais ativo, com investimentos de Qatar Airways (Barcelona), Emirates (Real Madrid, Milan, PSG e Arsenal) e Etihad (Manchester City).
Desde 2005, companhias dos Emirados Árabes Unidos já investiram US$ 460 milhões no patrocínio de camisas de futebol. O país só fica atrás do conjunto de investimentos de Alemanha (US$ 1,017 bilhão), Reino Unido (US$ 691 milhões) e Itália (US$ 481 milhões). Atualmente, o país gasta US$ 163 milhões anuais para estampar logo de empresas locais em camisas de futebol.
Já o Qatar desembolsou cerca de US$ 130 milhões por quatro anos de exposição na camisa do Barcelona. Mas o patrocínio de camisas não é o único setor do esporte com investimento qatari. A cadeia Bein Sports, da Al Jazeera, comprou os direitos de TV da Premier League em 2013. No ano seguinte, conseguiu os direitos de transmissão da Liga dos Campeões e da Liga Europa para Indonésia, Tailândia, Laos e Camboja até 2018.
O país também investe no esporte com a Academia Aspire, que busca descobrir talentos para o futebol pelo mundo, e a organização da Copa do Mundo de 2022.
Outra iniciativa dos magnatas locais é a compra de clubes. A primeira grande operação aconteceu em 2007, quando a Red & White Holdings (dividida em 50% com o russo Alisher Usmanov e 50% com o iraniano Farhad Moshiri) arrematou 29,72% do Arsenal por US$ 250 milhões.
Maior capital foi desembolsado pela Abu Dhabi Holdings, que pagou US$ 330 milhões para a aquisição de 90% do Manchester City. Desde então, mais milionários e companhias compraram equipes em má situação financeira. O xeque Abdullah bin Nasser Al Thani pagou US$ 30,45 milhões pelo Málaga em 2010. No ano seguinte, foi a vez de a Qatar Sports Investments desembolsar US$ 130 milhões pelo PSG. No mesmo ano, o jordaniano Hasan Imaik adquiriu 49% do Munique 1860 por U$ 25 milhões.
Há três anos, a Gulf Finance House, do Bahrein, comprou o Leeds, que disputa a segunda divisão inglesa. Já Fawaz Al-Hasawi, milionário do Kuwait, tornou-se dono do Nottingham Forest, clube que teve sua melhor fase nos anos 70 e 80.