Ainda estava no primeiro tempo de Corinthians e São Paulo, no sábado (27), quando as luzes do Pacaembu se apagaram, junto ao pequeno telão do estádio. Com a partida marcada para as 17 horas, poucos notaram que os refletores piscaram mais algumas vezes. Em meio ao processo de licitação, o estádio municipal da capital paulista convive com sequência de jogos, mas também com excessos de falhas.
O clássico do fim de semana não teve interrupção, mas os dois jogos anteriores que aconteceram à noite sofreram com as más condições do estádio. São Caetano e Corinthians ficou parado por meia hora. Na ocasião, o gerador da arena não funcionou, o que resultou no apagão. Na sexta-feira anterior (19), o mesmo problema já havia acontecido, no duelo entre Palmeiras e Portuguesa pela Copa São Paulo.
Segundo relatos recebidos pela Máquina do Esporte, esse não foi o único problema do local. Banheiros entupidos, sem luzes e alagados davam ar de abandono ao velho estádio. Na partida entre São Caetano e Corinthians, algumas mulheres tiveram que usar o banheiro masculino no setor do portão principal.
Os problemas acontecem em um momento particular do Pacaembu. Primeiramente, ele convive com maratona de jogos, graças à troca de gramado da Arena Corinthians, somada à Copa São Paulo de Futebol Júnior e à escolha do Santos pela arena; o time praiano também jogou no local no último fim de semana.
Com essa situação, o Pacaembu recebeu seis partidas em um período de 11 dias. Foram 126 mil pagantes no estádio que convive período de dúvidas graças à escassez de eventos desde que o Corinthians construiu sua arena em Itaquera.
A situação parece ruim para o esporte em São Paulo, mas certamente alivia a Prefeitura da cidade. As privatizações de instrumentos públicos foram uma das principais bandeiras eleitorais do atual prefeito, João Dória Júnior, ao longo de sua campanha para o cargo em 2016. O excesso de eventos ajuda a criar maior atratividade ao mercado, enquanto o abandono reforça publicamente a necessidade de passar a arena à iniciativa privada.
Em maio de 2017, a Prefeitura lançou o edital de concessão do Pacaembu. Três meses depois, a Câmara da cidade mudou uma lei para permitir que o local recebesse shows e, dessa forma, pudesse ampliar o leque de eventos recebidos. A ideia era apresentar o vencedor da licitação no fim de 2017, o que não aconteceu. Pelo negócio, Dória alega que, atualmente, a arena gera R$ 9 milhões de prejuízo anual ao poder público.