Uma reportagem publicada pelo jornal “Observer”, com base em uma investigação que vem sendo conduzida em Bangladesh, reaqueceu um debate sobre o modo de trabalho das principais empresas de material esportivo do planeta. Segundo o diário, Adidas, Nike e Puma estão envolvidas em acusações de abusos de funcionários no país asiático.
A lista de transtornos que teriam sido causados por funcionários dessas companhias a seus encarregados inclui empurrões, puxões de cabelo, espancamentos e assédio sexual. Além disso, segundo a investigação, mulheres tiveram de trabalhar nas fábricas por períodos superiores ao máximo permitido por lei e com salários inferiores.
Segundo a reportagem, funcionários que tentaram reclamar ou defender seus direitos sofreram punições como agressões e ofensas. Alguns foram forçados a se despir, tiveram revogado o direito de usar o banheiro ou passaram um tempo trancados no sanitário.
“Fui alvo de palavras ásperas e insultos. Meus chefes me machucaram. Os supervisores e os chefes de linha fazem coisas horríveis com as moças”, relatou Fazlul Huq, funcionário de um fornecedor da Adidas.
A investigação foi conduzida pelo “Observer” em parceria com pesquisadores locais e com a organização War on Want. A reportagem do jornal mostrou que a fábrica da Adidas em Bangladesh paga salários médios diários de 72 pence para os funcionários que recebem menos, quando o salário mínimo do país é 94 pence por dia.
Em notas, as três empresas demonstraram preocupação com o tema. A Nike disse, por exemplo, que tem grande foco nas questões humanitárias de suas fábricas e que os fornecedores devem respeitar um código de conduta da companhia.
Adidas e Puma reconheceram que souberam de problemas em Bangladesh. No primeiro caso, o fornecedor sofreu punição disciplinar. A segunda empresa disse que o parceiro, em 2011, havia se comprometido a fazer ajustes na estrutura.