Mais um assunto que foi tratado como tema principal do 2º Fórum Máquina do Esporte foi o engajamento do consumidor. O debate teve a participação de Pitter Rodriguez (gerente de parcerias de esportes do Facebook no Brasil), Alice Alcântara (gerente de marca da Budweiser) e Eduardo Baraldi (CEO da Octagon). A mediação foi de Duda Lopes, gerente de novos negócios da Máquina do Esporte.
Para começar a conversa, Pitter Rodriguez comentou sobre um dos principais eventos esportivos cujos direitos de transmissão são da rede social no Brasil: a Libertadores. Segundo o executivo, apenas na fase de grupos da competição em 2019, foram mais de 3 milhões de torcedores assistindo aos jogos transmitidos na plataforma. Como os direitos eram apenas até as quartas de final, a empresa ainda apostou em outras ativações para continuar com o consumidor próximo nas semifinais e também na final única realizada no último sábado (23).
Pitter deu um exemplo da importância de focar no engajamento mesmo sem ter os direitos de transmissão. A rede social, em um acordo com o Desimpedidos, mostrou bastidores do jogo entre Flamengo e River Plate em Lima e foi responsável pela imagem do ex-goleiro Julio Cesar desmaiando no momento do segundo gol rubro-negro na final. O vídeo viralizou e não para de ter visualizações no Facebook.
Foto: Máquina do Esporte
Em seguida, Alice Alcântara mudou o foco do futebol para o basquete. A executiva falou sobre o foco do patrocínio esportivo da Budweiser no Brasil que é o esporte da bola laranja. Segundo Alice, o engajamento do consumidor em um esporte que não é o principal do país é ainda mais importante. Atualmente, a marca aposta no NBB e no basquete de rua por aqui, além de ser parceira histórica da NBA.
Além disso, Alice ainda falou do engajamento que a NBA vem realizando por meio de uma novela na principal emissora de televisão do país, a Globo. Um dos personagens principais de “Bom Sucesso” é um atleta que tentou ser jogador na NBA e que acabou voltando ao Brasil por conta de um amor. O personagem é treinador de basquete e usa camisas de basquete o tempo todo. Segundo a executiva, a ativação vem gerando um engajamento bastante interessante à liga americana de basquete no Brasil.
Por fim, quem falou foi Eduardo Baraldi. O CEO da Octagon lembrou a importância da “Década de Ouro” do esporte no Brasil para desenvolver o engajamento do consumidor. Com o Pan em 2007 como início e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 como ponto-final, os megaeventos ajudaram a transformar o consumidor brasileiro.
Segundo ele, atualmente o consumidor brasileiro é muito mais exigente, pois aprendeu a gostar de um estádio padrão Fifa, por exemplo. Para Baraldi, o maior legado da “Década de Ouro” foi a mudança de mentalidade do brasileiro que é apaixonado por esporte. Hoje, o consumidor quer ter muito mais conexão com aquele esporte pelo qual é apaixonado. Consequentemente, ele se engaja mais, e a marca precisa estar preparada e ter legitimidade para falar com esse público.
Uma das conclusões do debate foi a importância das marcas enxergarem que precisam atuar a longo prazo, em especial quando o assunto é o esporte, que normalmente lida com paixão. Além disso, a frequência e a constância são de extrema importância, assim como entender que vale focar no nicho, diminuir o escopo do alcance de determinada ativação, mas garantir proximidade com aquele torcedor que realmente é apaixonado por determinado esporte.
“Veja o caso da Oi, que patrocina o surfe há muitos anos. Se a marca fizer qualquer ativação, vai ter com certeza um engajamento muito grande do consumidor que é apaixonado por surfe. Isso porque a marca já está no esporte há muitos anos, e o público daquele esporte sabe a importância do apoio daquela marca para o crescimento e o desenvolvimento da modalidade que ele ama. A Budweiser com o basquete é a mesma coisa, e assim por diante”, destacou Baraldi.