O Palmeiras conquistou no último domingo mais um título brasileiro. Com a vitória sobre a Chapecoense, o clube garantiu uma taça ausente da galeria do Palestra Itália desde 1994. Entre o bicampeonato de 1993/1994 e a glória do fim de semana, houve um fator em comum decisivo: uma parceria que destacou a equipe no cenário econômico brasileiro.
O desequilíbrio em campo foi semelhante, mas as formas de enriquecimento do clube foram distintas do que aconteceu há duas década. Para começar, os números do futebol brasileiro da época eram distantes do que se vê hoje, com significativo crescimento, especialmente na última década.
A Parmalat chegou ao Palmeiras em 1992, com um patrocínio de US$ 500 mil por ano. Pela inflação americana, o valor equivale a cerca de US$ 830 mil atualmente, menos de R$ 3 milhões por temporada. O maior investimento da empresa foi em contratação de jogadores, mas o item também não faz com que as cifras se aproximem das atuais. Edmundo, por exemplo, foi o atleta mais caro a ser contratado: US$ 1,2 milhões, cerca de US$ 2 milhões atualmente pela então revelação do Vasco.
Neste ano, a Crefisa resolveu fechar todo o uniforme do Palmeiras, junto com a marca FAM, do mesmo grupo. Para isso, investiu R$ 66 milhões em patrocínio ao clube. Houve também contratação de jogador, caso de Lucas Barrios, mas em montante menos significativo. Os valores se somam aos empréstimos pessoais realizados pelo presidente Paulo Nobre, que em sua gestão já injetou mais de R$ 100 milhões.
Além da questão financeira, o Palmeiras também usou a fragilidade de seus rivais para se destacar, tanto nos anos de 1990 quanto na atual década. José Carlos Brunoro, diretor da Parmalat no Palmeiras, já afirmou que os investimentos não eram tão altos quanto se imaginava, mas que os jogadores abraçavam o projeto com a garantia de receber em dia e de conseguir migrar para o mercado europeu.
O atacante Dudu é um exemplo atual. Um dos destaques do título palmeirense deste ano esteve apalavrado com o Corinthians no início de 2015. O clube do Parque São Jorge, no entanto, não conseguiu dar garantias financeiras ao Dínamo de Kiev, equipe que mantinha contrato com o atleta. O Palmeiras aproveitou a deixa e pagou imediatamente por 100% de seus direitos.
São as vantagens de um abastado campeão brasileiro.