Kappa e Dryworld têm dois fatores em comum. O primeiro é que, mesmo com a tradição da marca italiana, ambas são novidades no mercado nacional. A canadense chegou em 2015 e a europeia ganhou sobrevida no país graças a um contrato de licenciamento com a SPR. O outro fator é que ambas têm falhado na entrega e dado dor de cabeça aos seus clubes.
Pela falta de material esportivo, a Portuguesa irá seguir o mesmo caminho de Criciúma e Juventude e deverá romper o acordo com a Kappa. Segundo a Máquina do Esporte apurou, o time tem repetido o mesmo uniforme em diversas partidas seguidas. No varejo, para a venda ao torcedor, o cenário é ainda pior: não há material.
A SPR faz apenas o licenciamento da marca. A fábrica, no caso da Portuguesa, é a Unibol. E é ela quem tem enfrentado problemas com os clubes. Santos e Fortaleza, que também são patrocinados pela Kappa, recebem os uniformes pela Filon. E, nesse caso, não há complicações.
Segundo informou a SPR à reportagem, o problema é que a Unibol enfrenta severos problemas financeiros. Agora, a empresa tentará renegociar com cada um dos clubes para manter os acordos.
Já a Dryworld, além do material esportivo, tem atrasado pagamentos do patrocínio para seus clubes. Há pouco menos de um mês, o Fluminense chegou a tornar público a insatisfação com a falta de material; a categoria de base do time permanece com camisa da Adidas. E, até o momento, a situação permanece a mesma.
A situação é tão delicada que o Santa Cruz resolveu recusar um contrato com a marca. Após assinar um pré-contrato com a empresa no início do ano, o time abortou o acordo por não ter recebido as luvas combinadas. Publicamente, o presidente do clube, Alírio Morais, declarou que suspendeu as negociações após “colher informações” com o Atlético Mineiro e o Goiás, patrocinados pela Dryworld. Nos últimos dias, jogadores do time foram vistos com casacos da Umbro, favorita a assumir o posto.
O CEO da Dryworld no Brasil, Cláudio Escobar, não atendeu à reportagem.