Lothar Matthäus foi escolhido como um dos embaixadores da Bundesliga (Foto: Bundesliga)
Durante esta semana, a Máquina do Esporte produzirá uma série de artigos sobre a principal potência do futebol do momento. A Alemanha, atual campeã do mundo, tem se reinventado como líder na modalidade, e mantém um plano ousado de crescimento para os próximos anos. O conteúdo produzido é um exemplo: ele foi possível graças ao empenho da própria Bundesliga, a liga do país, em se mostrar para mundo.
Em agosto, a entidade convocou 35 jornalistas de diversos países para vivenciar o que foi chamado de “Bundesliga Experience”. No evento, profissionais da América Latina, dos Estados Unidos, da Ásia e da África tiveram a oportunidade de assistir à partida da Supercopa da Alemanha, disputada entre Bayern de Munique e Borussia Dortmund, em Dortmund. O grupo reunido não poderia ser mais simbólico: tornar-se ainda mais globalizada é a nova obsessão da Liga, que na última década já conseguiu dobrar seu faturamento.
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Uma das medidas para alcançar o objetivo estabelecido foi a criação de embaixadores da Bundesliga. Para esta temporada, dois ex-jogadores foram escolhidos para rodar a Ásia e a América, com o intuito de promover a competição alemã: o ex-goleiro Jens Lehmann e o ex-zagueiro Lothar Matthäus.
Lehmann estará em Pequim e em Cingapura nesta semana, a primeira da temporada 2016/2017 da Bundesliga, para servir de comentarista aos parceiros de televisão da liga alemã. Além disso, serão feitas ações de relacionamento com torcedores das duas cidades. Já Matthäus estará em Los Angeles e em Buenos Aires em setembro, com função parecida com a de seu colega.
O ex-zagueiro, campeão da Copa de 1990 e eleito melhor jogador do mundo em 1991, esteve presente na reunião com jornalistas. Em conversa, ele exaltou o torneio que ajuda a divulgar. “Quando eu joguei na Itália, todos olhavam para lá. Depois veio a Premier League (Inglaterra). Hoje, eu viajo pelo mundo e todos perguntam pela Bundesliga”, afirmou.
Símbolo do estereótipo do futebol “cintura dura” da Alemanha, em que zagueiros e disciplina tática predominavam sobre ataques envolventes, Matthäus comentou também o “novo” modo do país encarar a modalidade, com um viés comercial mais apelativo para mercados emergentes do futebol: “Alemão tem que jogar para frente. Ninguém gosta de ver time que só joga na defesa. A seleção gosta de marcar gol, e os times da Bundesliga jogam assim também”, enalteceu o ex-atleta.
Toda a ambição internacional da liga alemã só é possível porque, nos últimos anos, a distribuição do torneio foi uma das prioridades. Segundo a Bundesliga, hoje, os 211 Estados que fazem parte da Fifa têm acesso às partidas do campeonato. No Brasil, por exemplo, duas emissoras fazem a transmissão das partidas desde o último fim de semana: a Fox Sports e a Espn Brasil. A preocupação é tão grande com outros mercados que a entidade até abriu um escritório em Cingapura somente para atender as necessidades de parceiros na Ásia e na Oceania.
Até na comunicação mais básica a Bundesliga tem se esforçado para se aproximar de novos mercados. Nesta temporada, a entidade lançou canais em espanhol, que inclui o site oficial, uma conta no Twitter e um aplicativo oficial. O foco é a América Latina e os Estados Unidos, que abrangem um universo de 300 milhões de torcedores. O que, no atual cenário, parece até pouco para as ambições alemãs.
*O repórter viajou a convite da Fox Sports