As receitas oriundas do pré-sal podem beneficiar o esporte brasileiro. Ao menos é isso que pretende uma emenda proposta pelo deputado federal Sílvio Torres (PSDB-SP) ao projeto de lei 5.940/09, enviado pelo governo ao Congresso, sobre o uso dos recursos do petróleo encontrado na faixa de 800 quilômetros entre os Estados de Espírito Santo e Santa Catarina. A proposta governamental é criar um fundo social com o dinheiro que for amealhado da extração de petróleo na região. Esse dinheiro seria aplicado em áreas como combate à pobreza, desenvolvimento da educação, cultura, ciência, tecnologia e sustentabilidade ambiental. Torres, contudo, deseja ver a atividade física incluída nessa lista de beneficiários: ?Não é de hoje que está comprovada a eficácia na utilização do esporte como meio de integração, inclusão social e inserção da população, sobretudo dos jovens, no exercício da cidadania?. Entre 2005 e 2008, o Brasil investiu cerca de US$ 133 milhões no esporte de alto rendimento. No mesmo período, países como Austrália, Alemanha e China colocaram, respectivamente, US$ 550 milhões, US$ 1,2 bilhão e US$ 2 bilhões no esporte. ?Muito além do desenvolvimento do esporte de alto rendimento, que permite a inclusão de nossos atletas no cenário internacional ou a participação do Brasil com palco de eventos esportivos de excelência como Olimpíadas e Mundiais, o desenvolvimento do esporte de base, notadamente escolar e universitário, é fonte apoiadora da educação, auxilia na manutenção da saúde desde a inf”ncia através da consciência corporal, ajuda na construção de sentimentos de inclusão social e auto-estima e, em última análise, é instrumento eficaz na descoberta de novos talentos?, teorizou Torres. Se o esporte receber dinheiro do pré-sal, contudo, pode ser obrigado a cobrir uma redução no orçamento do programa bolsa-atleta. Segundo o blog do jornalista José Cruz, o Ministério do Esporte reduzirá de R$ 40,4 milhões para R$ 20 milhões o aporte nessa área em 2010, cortando de 3.372 para 1.402 o número de beneficiados.