Os encontros periódicos promovidos por secretários e gestores de esporte do Brasil devem ter a presença de representantes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a partir das próximas edições. Os representantes regionais querem entender com mais minúcias o que eles vão lucrar com a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. A proposta foi feita por George Braga, secretário de Esportes de Pernambuco, na última quarta-feira. Ele aproveitou a reunião dos representantes em virtude do fórum nacional dos secretários e gestores de esporte e lazer, realizado durante o Footecon, para sugerir um encontro entre o grupo e o COB. ?Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, o Brasil não vai se resumir a esses dois eventos. O que nós precisamos ter em mente é que o país será palco das maiores competições esportivas do mundo na próxima década, e isso não pode ser exclusivo das sedes. Precisamos pensar em uma forma de usar isso para desenvolver o país como um todo?, disse Braga. A preocupação do secretário, corroborada por outros presentes no fórum, é que ainda não estão claras as oportunidades de negócio que as Olimpíadas de 2016 criarão no restante do Brasil ? ao contrário da Copa do Mundo, que tem perfil nacional, os Jogos são exclusivos do Rio de Janeiro. Na Copa do Mundo, o país desenvolverá um plano de fomento ao turismo em 65 cidades brasileiras. Haverá jogos em 12 dessas regiões, e as outras lucrarão com um número estimado de 500 mil turistas internacionais no país para o evento. A situação para as Olimpíadas é muito diferente. Dirigentes ainda não têm clara a noção do quanto o evento gerará de negócios e receitas em outras partes do país. E também não possuem visão sobre o impacto do torneio para o desenvolvimento de uma política pública de esporte. ?Esse deve ser o grande foco da discussão. O Ministério do Esporte fala em uma ampliação do programa ?Segundo tempo? e em outros projetos, mas como as Olimpíadas vão nos ajudar a criar uma cultura de esporte em diferentes regiões do país: Precisamos de uma sintonia nacional para podermos desenvolver um projeto?, concluiu Braga.