O esporte olímpico brasileiro começa a sentir o peso do período pós-Rio 2016. Como as confederações já temiam, os investimentos das empresas estatais, focadas na meta do Governo em deixar a delegação brasileira entre as dez primeiras, começam a cessar. Somente na última semana, dois dos principais investidores confirmaram que irão enxugar a participação.
O Banco do Brasil é o caso mais notável. A instituição patrocina a Confederação Brasileira de Vôlei desde 1991, mas irá diminuir o patrocínio à entidade. A companhia confirmou que abrirá mão de algumas propriedades comerciais em consequência da decisão. Ainda assim, serão R$ 218 milhões alocados na modalidade nos próximos quatro anos.
Segundo levantamento da “Folha de S.Paulo”, empresas estatais investiram R$ 650 milhões no último ciclo olímpico. Banco do Brasil liderou o movimento, seguido de Caixa e Correios. E foram os Correios que também resolveram se manifestar na última semana.
A companhia soltou comunicado oficial para dizer que irá, sim, renovar com os contratos de patrocínio das confederações de esportes aquáticos (CBDA), handebol (CBHB) e tênis (CBT). Os acordos terão “revisão de alguns investimentos” devido à “atual realidade financeira dos Correios”.
A empresa chamou de “mera especulação” as notícias de que a marca iria se retirar do esporte, mas o próprio presidente dos Correios, Guilherme Campos, deu declarações contundentes sobre o assunto. “As despesas com patrocínio estavam em R$ 300 milhões no ano passado. Este ano estão em R$ 180 milhões e quero baixar o valor pela metade no ano que vem”, afirmou em entrevista ao “Globo”, em julho.
Já a Petrobras afirmou estar em “fase de análise” aos patrocínios para decidir o que será feito no próximo ciclo olímpico, entre 2017 e 2020. A Infraero negocia a renovação com a Confederação Brasileira de Judô.
A exceção fica pela Caixa, que declarou à Máquina do Esporte ainda não ter definido as estratégias de marketing para 2017. Mas, se entre as confederações não houve definições, entre clubes de futebol a empresa já deu demonstrações de ampliação dos patrocínios. A marca passou a ser estampada no Fluminense e no Botafogo neste ano. Somente em 2016, foram quase R$ 120 milhões em aportes a times do esporte mais popular do país.