O Flamengo está em uma posição possivelmente única no futebol brasileiro: é um clube que tem milhões de torcedores espalhados entre os vários estados do país, e, com estádios reformados e ampliados para a Copa do Mundo, tem a possibilidade de jogar fora do Rio de Janeiro em troca de receitas mais generosas com bilheterias. Neste ano, serão seis partidas como mandante longe do Maracanã, número permitido pelo contrato que o time assinou com o consórcio que administra o estádio. O plano da diretoria rubro-negra é lucrar R$ 7 milhões com esses seis jogos, considerando uma receita líquida de mais de R$ 1 milhão em cada um. A primeira excursão, para Brasília, entretanto, foi financeiramente frustrante.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou nesta quinta-feira (24) o boletim financeiro da partida contra o Goiás do domingo passado. O ingresso no estádio Mané Garrincha foi o mais caro de toda a rodada, com uma média de R$ 60,20, e o público não foi dos piores, com 19.012 pagantes. O problema é o preço a se pagar para jogar em Brasília. Da receita bruta de R$ 1,4 milhão, foram descontados R$ 762 mil em despesas, dos quais R$ 148 mil representam só a taxa que o Flamengo teve de pagar aos administradores da arena para ocupá-la e R$ 112 mil que foram para o cofre da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ). Outros R$ 57 mil ainda foram penhorados para pagamento de dívidas. No fim do cálculo, sobraram R$ 324 mil de receita líquida para os flamenguistas, um terço do desejado.
O “campeão” de lucros com bilheterias da rodada foi o Internacional, no confronto com o Vitória, agora de volta ao Beira-Rio depois de um período de afastamento por causa de obras no estádio. O público foi pouco superior ao do Flamengo, 21.983 pessoas, o ingresso foi mais barato, de R$ 42,26 em média, mas a despesa foi absurdamente mais baixa do que a do Mané Garrincha. Foram R$ 221 mil descontados da receita bruta, e o lucro dos colorados foi de R$ 707 mil.