Entender a indústria do esporte como algo distinto da indústria do entretenimento é a estupidez que rege os maiores fracassos da primeira parte. Não, futebol não é teatro. Da mesma maneira que teatro não é música. Ainda assim, por definição, todos distraem a atenção para um divertimento. São entretenimentos, cada um com sua peculiaridade.
E, quando eles se unem, só têm a ganhar. Mais uma vez, o exemplo parte dos Estados Unidos, e quem deu a lição foi a Disney. A empresa resolveu misturar tudo.
Para anunciar seu produto mais esperado, o novo filme da franquia Star Wars, a companhia usou seu canal esportivo, a ESPN (sigla para “Entertainment and Sports Programming Network”) durante a transmissão de seu principal ativo, a Monday Night Football.
Basicamente, a Disney usou o apelo da NFL para divulgar o filme e potencializou a audiência do evento com o lançamento do primeiro trailer da película.
E não fique em dúvida sobre quem é maior nessa história. Em comparação, a ESPN gastou US$ 1,9 bilhão pelo horário mais nobre da NFL em um contrato válido entre 2014 e 2021. Para tirar a Lucas Film do cineasta George Lucas, foram US$ 4 bilhões, sem considerar os valores das produções dos novos filmes.
Basicamente, o esporte tem mais a ganhar com essa proximidade. Uma boa amostra é o pico de audiência do SuperBowl: o show musical do intervalo.
No Brasil, grandes festivais musicais deixam claro como promotores, patrocinadores e público enxergam as duas modalidades de maneira antagônica. Quando perceberem o óbvio, há o fenômeno NFL/Star Wars: todos ganham.