A crise política no São Paulo está perto de se transformar em caso de polícia. Exonerado do cargo na segunda-feira após agredir o presidente do São Paulo, o ex-vice-presidente do clube Ataíde Gil Guerreiro distribuiu um e-mail a conselheiros acusando o presidente Carlos Miguel Aidar de desviar dinheiro do clube.
Guerreiro acusa o mandatário de desviar dinheiro, por meio de comissões, na contratação de jogadores e, também, no contrato de fornecimento de uniforme com a americana Under Armour.
De acordo com o dirigente, ele teria gravado uma conversa com Aidar em que ele revela como fazia para receber comissões por meio da empresa TML, de sua namorada, Cinira Maturana.
A namorada de Aidar já havia sido apontada pela Puma como responsável pelo fim das negociações entre clube e empresa. No fim do ano passado, em carta assinada pelo presidente Fabio Espejo, a Puma diz que teria sido obrigada a pagar 20% do valor do contrato para Cinira pela intermediação do negócio. A empresa, porém, nega que ela tenha participado da negociação e diz que isso impediu a marca de fechar com o clube para este ano.
No e-mail endereçado aos conselheiros, Guerreiro afirma que falhou o acordo da TML também com a Under Armour, e que então, segundo Aidar, a Far East teria entrado no negócio como intermediária por meio do vice- -presidente de marketing Douglas Schwartzmann, que sempre negou vínculo com a empresa.
Guerreiro entregou o e-mail ao Conselho Consultivo do clube, que é formado por ex-presidentes e alguns são-paulinos ilustres, como o empresário Abilio Diniz.
Na tarde de quinta-feira, Aidar se reuniu com o conselho e deu suas explicações, afastando a ideia de pedir licença do clube, como era o desejo de boa parte dos conselheiros presentes.
O presidente, porém, perdeu boa parte de seu apoio político após a briga com Guerreiro, na segunda-feira. Agora, com as acusações do ex-vice, a situação fica ainda mais delicada para ele.