Esta coluna é escrita diante de uma frustração: sem Esporte Interativo na redação da Máquina do Esporte, a exibição da Liga dos Campeões ficou limitada ao jogo entre Barcelona e Arsenal. Fora o belo gol de Suárez, o evento transmitido pela Globo e pela Bandeirantes foi um tanto insosso. Enquanto isso, Bayern de Munique e Juventus levam a decisão para a prorrogação.
Pode parecer bobagem, mas esse é um exemplo de quão perverso pode ser para um produto quando as emissoras têm total liberdade para transmitirem o que bem entendem. No caso do Brasil, é o excesso de Barcelona que pode atrapalhar a vida da Liga dos Campeões.
Longe de dizer que o time catalão não seja um excelente produto, mas isso não impede que outros jogos tenham destaque. Nesta semana, era evidente que a grande partida seria entre os alemães e os italianos. No fim das contas, o que o brasileiro recebeu não foi o que melhor aconteceu na Europa, o que pode ser prejudicial em longo prazo.
A opção, claro, é pela audiência do momento. Hoje, com Neymar, nenhum time europeu tem tanto apelo no Brasil quanto o Barcelona. Nesta quinta-feira, a audiência da partida da semana deverá comprovar o maior apelo do time frente ao embate entre Chelsea e Paris Saint-Germain da última semana.
Aqui no Brasil, sem uma venda em conjunto dos direitos de televisão, isso é recorrente. No Campeonato Brasileiro, não é incomum a transmissão do time mais popular em detrimento de um clássico nacional. Se os clubes não fossem tão míopes por aqui, essa certamente seria uma questão para ser discutida.