O Brasil é o próximo alvo do grupo DAZN (pronuncia-se “Da Zone”). A principal plataforma mundial de streaming no esporte vai anunciar nesta quinta-feira (29) sua chegada ao país.
Inicialmente, a presença da empresa se dará com as transmissões dos campeonatos Francês e Italiano, por meio dos jogos do PSG e da Juventus. Eles serão exibidos gratuitamente pelo Facebook e YouTube. Mas, no próximo ano, o DAZN passará a ter o serviço pago, com os direitos exclusivos da Copa Sul-Americana de 2019 a 2022.
A informação foi confirmada à Máquina do Esporte por Simon Denyer, CEO global do grupo DAZN, que conta, em entrevista exclusiva, a estratégia da empresa:
Máquina do Esporte: Quais serão os principais direitos do mercado brasileiro?
Simon Denyer: Lançaremos no Brasil um serviço multiesportivo acessível e flexível. Hoje, estamos confirmando os direitos exclusivos de transmissão da Copa Sul-Americana, Ligue 1 Francesa e Serie A Italiana, ao vivo no Brasil, a partir da temporada 2018/2019. E ainda teremos mais direitos para anunciar antes do lançamento. Também mostraremos todos os jogos do Paris Saint-Germain e da Juventus nas respectivas ligas, ao vivo e gratuitamente, no Facebook e no YouTube, antes do lançamento do DAZN no Brasil.
ME: Qual será a estrutura da empresa no país?
SD: A empresa-mãe do DAZN, o DAZN Group (anteriormente chamado de Perform Group), já está presente na América do Sul e é bem conhecida na indústria do esporte. Planejamos aumentar a presença na região e no Brasil, conforme a expansão do serviço.
ME: Quanto custará o serviço?
SD: Confirmaremos isso no ano que vem, mais próximo do lançamento do DAZN. No entanto, já podemos adiantar que o valor da assinatura será acessível e flexível a todos os fãs de esportes.
ME: Qual o potencial do mercado brasileiro? E a importância do país no negócio DAZN?
SD: Os brasileiros estão entre os torcedores mais apaixonados do planeta, especialmente quando se trata de futebol. Estamos convictos sobre a escolha do Brasil, pois é uma iniciativa que marca um novo e empolgante capítulo em nossa história de expansão. Essa novidade acontece logo após o anúncio, no início deste mês, do lançamento do DAZN na Espanha. Isso nos posiciona como a emissora esportiva que mais cresce no mundo.
ME: Qual é a meta de assinantes para o primeiro ano?
SD: Não divulgamos nossos números de assinantes, mas podemos adiantar que temos grandes expectativas. Teremos um serviço exclusivo, fácil de usar e acessível. Estamos confiantes de que os fãs vão adorar.
ME: Como trabalhar com a concorrência de marcas no mercado de streaming de esportes?
SD: Anos atrás, identificamos uma lacuna no mercado para oferecer aos fãs uma experiência de visualização melhor e mais justa. Estamos neste “jogo” há mais tempo do que a maioria dos concorrentes, e confiamos em nossa abordagem/estratégia. Já lançamos o DAZN em sete mercados, em três continentes e, este ano, teremos um recorde de 200 milhões de horas transmitidas para os fãs de esportes. Isso nos torna a maior emissora esportiva do mundo em volume. Como apaixonados por esportes, valorizamos tal concorrência e acreditamos que a indústria esportiva é grande o suficiente para todos nós.
ME: Como o negócio com a Conmebol (o DAZN é sócio da IMG na venda dos direitos comerciais da Copa Libertadores) impacta no projeto, já que o DAZN não pode ter a Libertadores?
SD: Não impacta. Vamos trazer uma verdadeira oferta multiesportiva, com uma variedade de eventos, que estão entre os mais populares do mundo. Por agora, temos o prazer de confirmar a Copa Sul-Americana, a Ligue 1 e a Série A. Anunciaremos mais direitos antes que o DAZN seja lançado, no ano que vem.
ME: Existem planos para adquirir torneios nacionais?
SD: Não podemos confirmar nossos planos futuros. No entanto, podemos antecipar que teremos mais direitos de transmissão no Brasil, que vão proporcionar aos fãs de esportes uma oferta multiesportiva. Trata-se do início de nossa jornada no país e aperfeiçoaremos nosso produto e oferta de conteúdo ao longo dos próximos meses e anos.
ME: Quem vai liderar a empresa no Brasil?
SD: Nosso corpo diretivo para a região será anunciado em breve. O DAZN Group tem mais de 3 mil funcionários em mais de 30 países, tendo um histórico de construção de equipes fortes localmente, para apoiar a expansão da empresa.
ME: Nos EUA, há um forte investimento no boxe. Na Europa e no Japão, no futebol. Quais são os planos para o Brasil?
SD: Transmitimos esportes, campeonatos e ligas que os fãs amam. Pretendemos fazer isso também no Brasil, embora não possamos confirmar nossos planos futuros. O que podemos adiantar é que lançaremos uma oferta multiesportiva desde o primeiro dia do lançamento do DAZN, e vamos expandi-la a partir de então.