A Liberty Media, atual dona da Fórmula 1, tem conversado com diversos países para provas em locais diferentes no calendário dos próximos anos. De acordo com o jornal britânico Times, um destes países é a Arábia Saudita, mas, para que a F1 vá para lá, a categoria estaria exigindo uma série de “garantias sociais” do governo saudita.
Alguns assuntos estariam sendo abordados nas conversas. Entre as questões citadas pela Liberty Media estariam violações de direitos humanos, direitos das mulheres e liberdade de imprensa. Além disso, o Times ainda cita que um acordo só seria aprovado sob a garantia de que todas as mulheres envolvidas no evento tivessem os mesmos direitos que seus colegas do sexo masculino.
Foto: Reprodução / Twitter (@F1)
No entanto, enquanto a categoria chega até a ser elogiada pela atitude, ao mesmo tempo vem recebendo duras críticas por conta de outro assunto. A F1 é uma das envolvidas no problema de pirataria que vem “tirando o sono” de diversas entidades esportivas.
Na semana passada, sete grandes entidades ligadas ao futebol (Fifa, Uefa, AFC, Bundesliga, LaLiga, Premier League e Serie A) se uniram para cobrar do governo da Arábia Saudita uma resolução para que o sinal da emissora BeoutQ seja bloqueado. A alegação é de que a emissora tem pirateado o sinal e transmitido de forma ilegal para o país saudita.
Só que a categoria mais importante do automobilismo mundial estaria “fechando os olhos” para o problema. A emissora BeIN Sports, do Qatar, decidiu não renovar os direitos de transmissão com a F1 por estar revoltada com a questão da pirataria e acusa a Liberty Media de não se pronunciar como vêm fazendo as entidades futebolísticas, por exemplo.
“A pirataria de transmissão ilegal é a maior ameaça para a indústria de esportes e entretenimento, e a BeoutQ, da Arábia Saudita, está despejando gasolina no problema. A maioria das organizações esportivas está tentando fazer algo sobre essa epidemia, enquanto a Fórmula 1 está apenas encorajando isso”, afirmou a BeIN Sports, em comunicado.
Para se ter uma ideia, em abril, até o governo dos Estados Unidos colocou a Arábia Saudita em sua lista de vigilância prioritária, tendo a pirataria como um dos motivos principais.
Por outro lado, sobre a entrada ou não da Arábia Saudita no calendário, a imprensa europeia tem destacado que diversos circuitos pelo mundo estão com dificuldades de mostrar garantias financeiras para a Fórmula 1, enquanto entre os sauditas dinheiro não é problema. Outra observação é que, se decidir ir ao país, a F1 seguiria os passos da Fórmula E, que já corre por lá.