Entusiasta e praticante de ciclismo, Fernando Alonso teve adiado mais uma vez o sonho de ser dono de uma equipe profissional. O espanhol não solicitou à UCI (União Ciclística Internacional) o registro de seu time para a próxima temporada. O prazo de pedido de licenças expirou em 1º de outubro, mas a entidade não recebeu requisição nem de Alonso, nem de seu novo sócio, a empresa de investimentos Dubai Novo Group Holdings.
“É possível que no ano que vem possam competir no ProContinental, mas não temos essa informação”, afirmou Brian Cookson, presidente da UCI, referindo-se à segunda divisão do ciclismo mundial.
Há um mês, a Fact (Fernando Alonso Cycling Team) havia cumprido todos os requisitos, entre eles o pagamento de € 16 mil de taxa de inscrição. No dia 1º de outubro, tinha que apresentar o pré-contrato de dez ciclistas, uma garantia de 25% de seu orçamento para 2015 e uma garantia de seu patrocinador. Segundo Luis García Abad, agente do piloto de F-1, esses trâmites burocráticos seriam cumpridos. Mas isso não ocorreu, o que inviabiliza o time de Alonso no ano que vem.
As perspectivas para a nova equipe eram boas. Na véspera do fim do prazo, o piloto da Ferrari anunciou a entrada do Novo Group Holdings para administrar a equipe. “Vimos uma janela de oportunidades e vamos abri-la dos dois lados”, afirmou o piloto de F-1, em comunicado distribuído à imprensa.
“Queremos criar uma franquia de equipe competitiva, sustentável, que seja apreciada por sua inovação, transparência e compromisso com a sociedade”, afirmou Nathan Pillai, diretor da companhia investidora.
O executivo trabalhava na construção da equipe, sem divulgar nomes de contratados. “Uma equipe de ciclismo profissional não é um negócio. Vamos fazer esse projeto a longo prazo, para criar nossa própria equipe, que continuaria além de um contrato de patrocínio de três a cinco anos. Para fazer isso, precisamos ter um modelo de negócio sustentável e isso é o que estamos fazendo agora”, explicou Pillai.
Assim, o projeto de Alonso no ciclismo foi adiado em mais um ano. Em 2013, o bicampeão de F-1 chegou a anunciar a compra da Euskaltel Euskadi, equipe do País Basco, que enfrentava dificuldade por não conseguir patrocínio em meio à crise espanhola. A ideia de Alonso era deslocar a sede do time para as Astúrias, sua terra natal. No entanto, as conversas não evoluíram, e o time foi fechado.