O canto “Festa na Favela” foi o tema do título carioca do Flamengo. A frase esteve no mosaico do estádio, no telão do Maracanã e em praticamente todas as mensagens do time nas redes sociais para celebrar a conquista. O uso da expressão foi, na verdade, uma resposta ao vazamento de que a nova diretoria do clube havia proibido o uso do termo “favela” nas comunicações oficiais.
A informação foi divulgada no site do “Extra”, do grupo Globo, no sábado (20). A publicação vazou mensagens distribuídas no grupo de WhatsApp dos profissionais que cuidam das redes sociais do Flamengo. A justificativa era que o termo “favela” estava associado à violência, relação que desagradou parte dos torcedores.
A decisão foi tomada pela agência X-Tudo, que gere as redes sociais flamenguistas. A empresa foi contratada pela atual vice-presidência de comunicação do Flamengo. Gerente da conta do time, Diogo Rocha ainda acrescentou nas mensagens do grupo: “Temos que evitar qualquer tipo de segmentação”. A orientação teria irritado parte dos funcionários responsáveis pelo meio on-line do clube carioca.
O “Extra” ainda publicou que o clube respondeu à reportagem por meio do diretor de comunicação Bernardo Monteiro, que negou a proibição, “de forma truculenta, usando palavrões”. Oficialmente, a agência também negou o veto, ainda que tenha afirmado que o termo tem sido, de fato, evitado nas redes sociais.
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Na noite de sábado (20), o Flamengo soltou uma nota oficial sobre o caso. Após criticar o vazamento das conversas, o clube afirmou que não há veto, mas que essa “não necessariamente precisa ser a melhor maneira para a comunicação da instituição”. No domingo (21), para estancar a crise, a “favela” acabou sendo abraçada.
Foto: Reprodução / Twitter (@Flamengo)