O Flamengo nem cogita a possibilidade de ficar sem patrocínio até agosto deste ano, como aconteceu em 2011. Apesar de admitir dificuldades no mercado, o clube espera três repostas nesta semana e não trabalha com a possibilidade de iniciar o segundo semestre deste ano sem um aporte máster.
Segundo o vice-presidente de marketing do Flamengo, Henrique Brandão, o clube sofre por ter demorado a ir ao mercado diretamente. “Não é possível recuperar o tempo perdido. Mas estou convicto de que o que aconteceu em 2011 não se repetirá neste ano”, afirmou.
O problema do Flamengo foi o rompimento com a Traffic, que aconteceu apenas em fevereiro deste ano. Até então, a agência tinha exclusividade na captação de patrocínios ao clube, o que impedia os dirigentes cariocas de irem ao mercado diretamente. “Se fôssemos negociar sem que o problema tivesse sido resolvido, passaríamos a imagem de pouca seriedade ao mercado”, lametou Brandão.
A agência fechou com o clube em 2011, junto com Ronaldinho Gaúcho. A ideia na época era arcar com parte dos salários do jogador e conseguir novos parceiros para time. A venda do patrocínio, no entanto, não foi bem sucedida. Em agosto, o Flamengo acertou com a Procter & Gamble sem a Traffic, que deixou de arcar com os salários do atleta. O contrato foi rompido seis meses depois.
Para a diretoria do Flamengo, dois problemas atrapalham a busca por patrocínio: primeiramente, o início das negociações apenas em fevereiro, quando a maioria das empresas já havia fechado o orçamento anual.
O segundo fator está no cenário de crise econômica mundial. Segundo o clube, o valor pedido de R$ 20 milhões faz com que se reduza o número de empresas que possam arcar com o suporte. As companhias mais fortes recorrem à verba cedida pela matriz, que tem negado o acesso. Nesta semana, a situação foi vivenciada pelo São Paulo, que viu a Lenovo do Brasil desistir do patrocínio máster após a recusa da sede da empresa, na China.
Uma das soluções encontradas pelo Flamengo foi abrir diálogo com diversas agências do meio esportivo. Empresas como XYZ, AP Sports, Dello Sports, IMX, além de grupos estrangeiros, como a Voice of the Player, foram contatadas pela diretoria do time.
Em um dos contatos, saiu uma das negociações que a diretoria do Flamengo espera resposta nesta semana. Com a 9ine, as informações vazaram para a imprensa. A agência de Ronaldo negocia com a Caoa, distribuidora da Hyundai no Brasil. Além da equipe carioca, a empresa conversa com o Corinthians.
Além das dificuldades de mercado, o marketing do Flamengo sofre com pressões do próprio clube para acertar um patrocínio. “Há uma certa angústia pela urgência em levantar recursos; a área do marketing é mais sensível do que outras por essa necessidade financeira. Mas estamos otimistas para resolver logo essa questão”, concluiu Brandão.