A produção de licenciados com o nome de Ronaldinho Gaúcho no Flamengo permanece morna, mas a baixa produção não é por acaso, muito menos por descaso. O departamento de marketing do clube quer aproveitar o momento de fartura em propostas para o uso de sua marca para melhorar o seu controle sobre as suas vendas e, consequentemente, otimizar os lucros obtidos com cada uma delas.
“Queremos verticalizar os licenciados para ficarmos na primeira ponta do processo”. Assim o diretor de marketing do Flamengo, Harrison Batista, resumiu a reformulação das vendas de produtos do clube. A ideia é ter um maior controle sobre elas, fazendo com que a diretoria acompanhe de perto as vendas sem perder royalties no meio do caminho entre a produção e a venda final.
Batista resolveu dar uma maior atenção a esse fato após uma experiência negativa com um dos produtos lançados pelo clube com a marca de Ronaldinho Gaúcho. Por razões éticas, o diretor não quis especificar qual era o produto, mas explicou o que aconteceu e o que acontece com alguma frequência nos licenciados rubro-negros.
“Eles (empresas) vêm aqui, oferecem uma taxa mínima para licenciar, às vezes de R$ 20 mil, e depois prometem os royalties. Mas o produto entra no mercado, no varejo, e nós já não sabemos o que acontece. O varejo encomenda peças extras e isso passa longe do clube. Hoje nós somos a quinta parte do processo, e nós queremos ser a primeira”, afirmou Batista.
Os produtos licenciados futuros deverão ter uma série de regras para que o Flamengo tenha um melhor controle sobre sua marca. Aqueles produtos que forem vendidos fora das lojas oficiais terão que ser comercializados em pontos de venda pré-definidos no momento da realização do contrato. Os próximos licenciados do time terão uma maior burocracia para se tornarem realidade, mas, dessa maneira, o marketing rubro-negro espera receber mais.