Se existe uma grande diferença de planejamento entre as principais ligas do futebol mundial, ela passa necessariamente pelo foco. Isso ficou claro na última segunda-feira, em debate realizado na feira internacional de futebol Soccerex.
O evento reuniu em um debate Francisco Roca Perez, CEO da liga espanhola, Redha Chibani, diretor de marketing da liga francesa, Will Wilson, vice-presidente-executivo da liga de futebol profissional dos Estados Unidos (MLS) e Ataíde Gil Guerreiro, diretor-executivo, de relações institucionais e de marketing do Clube dos 13.
O que mais chamou atenção foi a dicotomia entre objetivos de vendas. Sobretudo na comparação entre as duas competições europeias, a americana e a brasileira. “O fato é que o nosso mercado é pequeno demais para ficarmos restritos a ele. Se não vendermos internacionalmente, nunca conseguiremos crescer”, determinou Roca Perez.
A postura foi endossada pelo dirigente da liga francesa: “Na minha visão, não existe um canibalismo. O que existe é uma busca por mercados internacionais importantes, e isso é um caminho irreversível. As principais competições do mundo precisam dessa expansão”.
Curiosamente, o planejamento é bem diferente do que acontece na MLS. Enquanto os europeus falam em ganhar mercado em outras regiões, com foco no mercado asiático, os americanos ainda tentam popularizar a competição internamente.
“A briga que nós enfrentamos é com as outras grandes ligas dos Estados Unidos. Temos um mercado com grande potencial e ainda participamos pouco. Portanto, precisamos expandir nacionalmente primeiro”, determinou Wilson.
O Brasil fica no meio do caminho. Gil Guerreiro reconheceu que é importante o país buscar receitas internacionais, mas cobrou união dos clubes para isso e citou uma série de mudanças que precisam ser feitas no país antes de o plano ser levado adiante.