A Primeira Liga surgiu como uma via alternativa à gestão de eventos esportivos no futebol brasileiro. Mesmo com a política em primeiro plano nos bastidores, o torneio criou uma estrutura profissionalizada para triunfar economicamente, o que, até o momento, não é algo consolidado. Não é por acaso: assim como outros produtos do esporte nacional, a disputa não conseguiu criar as condições mínimas para o sucesso de um patrocinador.
Considera-se três pilares fundamentais para um patrocínio ser efetivo em seus objetivos: longo prazo, alinhamento ao posicionamento da marca e ativação. Os fatores são recorrentemente citados em estudos relacionados a patrocínio. Especificamente no mercado brasileiro, um levantamento da Interbrand, de 2015, explicitou a importância deles para a percepção da marca pelo consumidor.
Ressaltada na última semana pela Máquina do Esporte, a Liga dos Campeões é um exemplo de plataforma segura aos seus patrocinadores. Além da ampla plataforma de ativações oferecida pela organização, o torneio está mais do que consolidado no calendário, e sua marca e valores têm sido trabalhados de forma consistente ao longo das últimas duas décadas.
No Brasil, não há nem um único produto esportivo dentro do futebol, a modalidade mais popular do país, que ofereça tais condições. Pior: claramente não há essa preocupação. O maior exemplo é o Campeonato Brasileiro, o grande torneio do esporte nacional, que não tem nem mesmo uma identidade definida.
Já passou da hora de o esporte oferecer plataformas mais consistentes ao mercado. Caso contrário, esse será sempre um segmento nebuloso.