A exatos dois meses da realização do Ultimate Fighting Championship (UFC) no Rio de Janeiro, a situação das artes marciais mistas (MMA, na sigla em inglês) evidenciam característica da modalidade. Durante o período de duelos, clubes e marcas se enfrentam para se aproximar de lutadores. Fora dele, quase nenhum atleta se destaca.
O diagnóstico feito pela Garra Sports Marketing, agência de markerting esportivo pertencente ao grupo Gaia, do ramo petrolífero, é que lutadores não estão preparados no campo dos negócios para continuar atraindo parceiros mesmo em tempos de calmaria. A meta, então, é tornar essa deficiência dos esportistas em negócio.
“Aqui, o atleta corre atrás de tudo o que precisa para lutar”, explica Alexandre Franklin, gerente de marketing esportivo da Garra. “Nós pesquisamos o mercado de MMA, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, e vimos que marketing, comunicação, recuperação, entre outras coisas do dia a dia, acontecem de forma desorganizada”.
A agência é a principal responsável pela volta de Rodrigo Minotauro aos octógonos. Em agosto, quando o UFC Rio movimentou o mercado de lutas no Brasil, a Garra costurou a aproximação do lutador ao Internacional. Agora, os planos são usá-lo como “protótipo” para desenvolver um serviço voltado para formação de lutadores.
A análise é que o UFC, presidido por Dana White, conseguiu montar um evento no qual o protagonista é a própria competição, e não lutadores. “Hoje em dia, não se vê a molecada usando camisa do Anderson Silva, boné do Minotauro, e sim do UFC”, avalia Franklin. “Eles fizeram com que o mercado se tornasse dependente deles”.
Anderson Silva, na verdade, é o único lutador que continuou sob os holofotes mesmo distante dos octógonos, e no caso dele existe a atuação de uma agência de comunicação, a 9ine, pertencente a Ronaldo, Marcus Buaiz e grupo WPP, por trás. Em similar proporção, a Garra pretende catapultar Minotauro para aquecer o mercado de MMA.