Deve durar menos de dois anos a volta da Petrobras à Fórmula 1. A parceria entre a estatal e a equipe McLaren, que foi celebrada no início de 2018, está próxima de ser encerrada pelo governo federal. O ministro da cidadania, Osmar Terra, disse à Veja que não faz sentido o acordo firmado pela empresa no governo Temer e que vale cerca de £ 10 milhões (R$ 51 milhões) por ano.
“Não tem o mínimo sentido. Um absurdo. Esse valor todo para ter o nome pequenininho no capacete”, afirmou o ministro à coluna Radar.
Na prática, a presença da marca da empresa na equipe britânica é muito mais ampla do que apenas o capacete dos pilotos. O logotipo da estatal está estampado também no uniforme de pilotos e mecânicos, além de estar no carro. A parceria também prevê que a Petrobras forneça combustível para a McLaren, mas desde que o acordo foi anunciado esse desenvolvimento de produto não ocorreu.
Foto: Reprodução / Twitter (@McLarenF1)
Quando o negócio foi costurado, a Petrobras esperava promover um resgate da marca internacionalmente a partir do patrocínio, além de usar a parceria técnica para desenvolver produtos, como fazem as principais empresas do segmento. A parceria, porém, ficou ainda mais difícil de ser mantida após a troca de governo.
Há uma semana, o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, já havia dito em entrevista à Globo News que a Petrobras deixaria de apoiar a McLaren.
“Não faz sentido uma empresa de um país de economia emergente, de renda mais baixa, financiar uma equipe de competição de um país desenvolvido”, disse.
A saída da estatal do patrocínio deve gerar um problema para a McLaren. Apesar de ter outros 32 parceiros comerciais, a equipe tem na Petrobras um patrocinador estratégico, já que a empresa é responsável por desenvolver o combustível e óleos que os pilotos utilizam nos carros. Agora, a corrida da McLaren será por buscar um novo parceiro para o desenvolvimento de produtos. A Petrobras fornece atualmente o óleo de transmissão para a equipe na Fórmula 1. Além disso, a estatal já havia investido bastante dinheiro no desenvolvimento de combustível para ser avaliado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
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Para encerrar o contrato com a McLaren, a Petrobras deverá ter de pagar uma multa à equipe britânica. No começo do ano, quando houve a mudança na Presidência da República, os dirigentes da McLaren já haviam dito que contavam com a permanência da Petrobras no patrocínio. Agora, porém, a estatal deve quebrar o acordo e forçar a equipe britânica a buscar um novo parceiro durante a temporada.