Os amantes do futebol de várzea receberam uma ótima notícia nesta semana. O governo de São Paulo instituiu, junto à Casa Civil, um grupo de trabalho destinado ao estudo de ações e à identificação de medidas para valorizar e proteger socioculturalmente a modalidade. Um decreto publicado na última terça-feira (25) reconheceu o futebol de várzea como plataforma de inclusão social.
De acordo com a assessoria do governo paulista, o grupo de trabalho será formado, inicialmente, por membros da Casa Civil; Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude; Secretaria de Cultura; Museu do Futebol; Secretaria de Desenvolvimento Social e convidados de órgão; entidades públicas; sociedade civil; e setor privado. Após 180 dias de trabalho, será apresentado um relatório de conclusão.
Entre os objetivos principais está o tombamento dos campos de várzea e o debate e sugestão de políticas públicas que busquem preservar o espaço utilizado e formas de cooperação com os municípios e instituições privadas como forma de incentivo e expansão do futebol de várzea.
Vale lembrar que, em 1885, Charles Miller organizou a primeira partida de futebol no Brasil, em um terreno no bairro do Brás, em São Paulo. O terreno, baixo, plano e alagável pelas cheias do rio Tamanduateí, é conhecido como a “Várzea do Carmo”.
Desde o ato pioneiro do inglês, responsável por trazer o futebol para o Brasil, o esporte cresceu, assim como os times de várzea. Segundo a Liga Paulistana de Futebol Amador, somente na capital paulista existem aproximadamente 400 campos e 1.440 times registrados na entidade.
Campeonatos famosos, como a Copa Kaiser e o icônico Desafio ao Galo, acabaram, inclusive, revelando talentos para clubes profissionais e até para a seleção brasileira. Alguns exemplos bastante conhecidos são Elias e Ricardo Oliveira, ambos atualmente no Atlético-MG, e os ex-jogadores da seleção Cafu, Casagrande, César Sampaio, Denílson, Serginho Chulapa e Zé Roberto.
Fora de campo, o futebol de várzea também foi responsável por revelar grandes nomes da mídia esportiva brasileira. Alguns, hoje, já partiram para outras áreas do jornalismo, mas tiveram o futebol de várzea como pontapé inicial da carreira. Entre os nomes mais conhecidos estão Fausto Silva, Joseval Peixoto, Randal Juliano e Tiago Leifert.