O governo do Rio de Janeiro vai reassumir o controle do Maracanã. A informação foi dada em uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (18), da qual participaram o governador Wilson Witzel, o vice-governador Claudio Castro e os secretários de Estado da Casa Civil e Governança, José Luis Zamith, e do Esporte, Lazer e Juventude, Felipe Bournier.
A caducidade do atual contrato de concessão será publicada na edição desta terça-feira (19) do Diário Oficial. Com isso, a atual concessionária, gerida pela Odebrecht, tem até 19 de abril, ou seja, um mês, para deixar o estádio por completo.
Além disso, a medida tomada pelo governo do Rio de Janeiro invalida os atuais contratos de Flamengo e Fluminense com o estádio. O último acordo do Flamengo com o estádio, por exemplo, foi assinado em junho do ano passado e teve todos os detalhes divulgados pela Máquina do Esporte. Em dezembro, após vencer a eleição, o novo presidente do clube, Rodolfo Landim chegou a declarar que queria melhorar o contrato e participar da gestão do estádio.
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“Estamos retomando o Maracanã, sem qualquer prejuízo das partidas de futebol ou aos clubes. Vamos nos próximos 30 dias ter uma intervenção no Maracanã, por meio da secretaria e da Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro), com uma comissão que estou constituindo, para fazer uma retomada. Estaremos modulando uma permissão de uso até que façamos então uma nova concessão por meio de parceria público-privada”, afirmou Witzel durante a coletiva.
Ao anunciar a decisão, o governador explicou que a falta de pagamento da outorga por parte da concessionária foi o que mais pesou na decisão. O poder público afirma que a dívida é de R$ 38 milhões, que vem desde maio de 2017. O governador ainda fez questão de ressaltar que ouviu clubes e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) para embasar a decisão.
Na coletiva, Witzel também falou que pretende construir uma laje sobre a linha da Supervia, que passa bem próxima ao Maracanã. O objetivo é que esse espaço seja a contrapartida para evitar a demolição da estrutura esportiva que há no entorno.
“Pode ser feito um estacionamento, hotel, shopping, preservando o Célio de Barros, Júlio Delamare, Escola Friedenreich e o Museu do Índio. Já treinei no Célio de Barros, e vamos manter tudo isso funcionando”, concluiu o governador.