O governo federal está estudando a implementação, para 2012, de sistema de apostas em partidas de futebol, algo semelhante ao que já ocorre na Europa e na Ásia de forma consistente. As apostas seriam feitas por casas especializadas ou via internet, apenas para jogos do Campeonato Brasileiro, da Copa Kia do Brasil e de Estaduais.
A Caixa Econômica Federal e o Ministério da Fazenda estão costurando a alteração da legislação que regula as loterias brasileiras, pois, atualmente, só é possível fazer jogos por rateio – distribuição de parte da arrecadação entre os premiados. Essa nova modalidade teria compensações pagas de acordo com a cotação das apostas, ainda ilegal.
O Ministério do Esporte encomendou estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo informou o jornal “Folha de S.Paulo”, e constatou que apostas esportivas movimentaram R$ 600 milhões em sites estrangeiros, apenas assuntos ligados ao que acontece no esporte brasileiro, em 2010.
Como essas apostas são feitas no exterior, os clubes não levam nenhum centavo, e essa verba é superior ao que é arrecadado com patrocínios e seis vezes maior do que o que a Timemania rende, segundo a pesquisa. Ainda não se sabe se, nesse novo projeto, os times teriam direito a alguma parcela.
Na Europa, por exemplo, o governo fatura com o recebimento de impostos pagos pelos donos das loterias, enquanto os clubes levam dinheiro apenas indiretamente, quando alguma casa de apostas decide fazer um patrocínio, algo que já aconteceu no Milan e no Real Madrid.
Os modelos que estão sendo estudados pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, são o francês, o italiano e o grego. Houve reunião com entidade que opera loterias em vários países para tratar do assunto em outubro.
Especialistas estrangeiros estimam que a arrecadação no Brasil poderia bater R$ 30 milhões ao ano. Com as loterias esportivas existentes, a Caixa recebeu R$ 10 bilhões em 2011.