O governo federal espera anunciar ainda neste mês um pacote de medidas específicas para o segmento esportivo. As adaptações ainda demandam alguns ajustes, como uma conversa com clubes de futebol, mas a ideia é que o evento de divulgação seja realizado entre os dias 20 e 21.
O projeto de mudanças é amplo e engloba planos como o Bolsa-Atleta. Até o momento, contudo, o teor das alterações é mantido em sigilo pela cúpula do esporte no governo federal.
Na última terça-feira, em evento realizado no salão nobre do Parque São Jorge, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou uma das propostas do governo para esse pacote. O mandatário disse que quer conversar com os clubes de futebol para criar um plano de previdência para jogadores.
“Vejo o futebol europeu e percebo que eles são muito mais organizados do que nós. É uma ideia que é fácil para falar, mas que exige execução. Todo mundo sabe como colocar tijolos e fazer o alicerce de uma parede, mas na hora de ir lá levantar o muro… Estou conversando com o ministro [da previdência Carlos] Gabas sobre como criar um plano de previdência para jogadores. Mesmo entre os que estão em grandes clubes, não são todos que ganham muito”, discursou Lula.
O presidente também defendeu a profissionalização de clubes de futebol, em processo que pode ter consequências no anúncio a ser realizado em setembro: “Não consigo compreender como o Santa Cruz está na terceira ou quarta divisão e como um clube como o Esporte Clube Bahia esteja na segunda. Isso é uma coisa que me gera uma inquietação”.
Torcedor declarado do Corinthians, Lula aproveitou o discurso para fazer uma cobrança ao time alvinegro, que nesta quarta-feira completa cem anos de fundação. “Não é possível que um clube como esse não tenha ao menos 150 mil sócios. Temos de fazer como o Inter, que tem um plano de sucesso. Não podemos ficar a despeito de patrocínios e não podemos ficar a despeito de cotas de TV. Precisamos de uma gama maior de associados e precisamos ter o público mais perto”, pediu.
A cobrança passional ao Corinthians serviu como exemplo para Lula exigir uma evolução na organização e no plano de gestão das equipes brasileiras. “É algo que nós devemos para nós mesmos. Não podemos procurar culpados, e sim resolver isso de uma vez”, finalizou o presidente.