Na conta geral, pode não parecer, mas os Jogos Olímpicos de 2016 tiveram uma mudança de orçamento. Até o início do ano, os investimentos previstos no evento somavam R$ 37,7 bilhões. Agora, com a atualização divulgada pelo governo, esse número passou para R$ 38,2 bilhões, aumento de meio bilhão de reais.
A maior parte desse incremento veio na mudança de contas na infraestrutura que o governo exalta como legado olímpico. Nesse cálculo, houve a inclusão de R$ 259 milhões em reformas de seis estações de trem.
Mobilidade urbana, por sinal, está entre os maiores custos do plano de legado olímpico. Haverá, por exemplo, uma nova linha de metrô, chamada de linha 4. O traçado levará passageiros da zona sul até a zona oeste, onde estará a maioria das instalações olímpicas. Para a obra, serão investidos ao todo R$ 8,79 bilhões.
Estão ainda no projeto as linhas de VLT (veículo leve sobre trilhos) e BRT (transporte rápido por ônibus). Somados, os dois planos darão à população do Rio mais de 50 quilômetros de transporte rápido. Custo total: R$ 3,2 bi.
Apesar de o aumento de custo não ser uma boa notícia, o valor pode ser considerado normal dentro da grandiosidade dos Jogos. Os R$ 500 milhões representam pouco mais de 1% do total.
Na candidatura, o número prometido era significantemente menor: R$ 28,8 bilhões. No entanto, o acréscimo até o momento não atinge a diferença promovida pela inflação ao longo dos últimos anos. E, em comparação, os Jogos Olímpicos de Londres foram finalizados por R$ 50 bilhões.
Na última semana, o Ministro do Esporte, George Hilton, chegou a apontar o legado como a grande diferença do Rio 2016 em relação à Copa do Mundo. Em entrevista à agência Reuters, disse: “Diferentemente da Copa, estamos deixando um legado”.