O futebol vive momento de apreensão com a possível saída do principal patrocinador do esporte nacional. Com o novo governo federal, a permanência da Caixa nos aportes másteres dos times foi posta em dúvida, algo que ganhou peso com uma mensagem no Twitter de Jair Bolsonaro. O futuro presidente criticou o quanto o banco gasta com publicidade e patrocínio.
O problema para os clubes brasileiros pode ser ainda pior. Isso porque a Caixa tem puxado outras marcas do setor financeiro para o futebol. Em 2017, quando somente a Chapecoense contou com um aporte máster que não era do segmento entre os times da Série A, havia apenas cinco marcas da área entre os aportes.
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Um estudo do Ibope Repucom, no entanto, mostrou que esse foi o segmento de negócio que mais avançou no futebol brasileiro. Em 2018, foram 12 empresas da área que investiram em times, entre bancos, cartões de crédito, máquinas de pagamento, investimentos, crédito pessoal e outros.
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Há duas questões que devem amenizar a preocupação. A primeira é que o setor financeiro não foi o único a crescer. Automotivo, educação e tecnologia foram outras áreas que apresentaram novas marcas no universo do futebol, em um sinal de reaquecimento do mercado. “Sem dúvida tivemos o melhor ano desde 2013 com a entrada de novos patrocinadores e a permanência da maioria”, comentou, no relatório, o diretor executivo do Ibope Repucom, José Colagrossi.
Outro fator de destaque é que, apesar de as companhias financeiras dominarem os patrocínios másteres, não são elas que formam o maior grupo de aportes aos clubes, pelo menos na quantidade. Classificadas como “imobiliária, construção e acabamento”, as empresas do setor se mantiveram na liderança pelo segundo ano consecutivo. Foram marcas como a Foxlux, uma das patrocinadoras do Corinthians, e a MRV, que faz aporte a times como Flamengo, Atlético-MG e São Paulo.
A MRV, por sinal, já deu sinal positivo que se manterá forte no futebol. Além do plano de construir um estádio para o Atlético Mineiro, a companhia anunciou na última semana a renovação com o Flamengo, em um aporte que teve aumento no valor: a companhia pagará R$ 20 milhões ao time nas duas próximas temporadas.
O Flamengo, aliás, é justamente um dos clubes que deve sofrer com a saída da Caixa. A empresa é patrocinadora máster do time carioca que, recentemente, teve a notícia da saída da Carabao, marca tailandesa que fracassou no mercado nacional.