O Porthsmouth FC, clube da cidade de mesmo nome na Inglaterra, pode ver-se obrigado a fechar as portas no próximo mês de agosto, caso não consiga pagar as dívidas que tem com ex-jogadores e seu atual elenco. O clube busca novos compradores para administrar a situação.
O “Pompey”, como é chamado pelos torcedores, é uma tradicional equipe da costa sul do país e que este ano disputará a npower League One, correspondente à terceira divisão inglesa, após ser rebaixada do Championship (2ª divisão) no ano passado. O clube já foi campeão nacional duas vezes na década de 1940. Na última década, a equipe chegou a disputar por seis anos consecutivos a Barclays Premier League e até a vencer a FA CUP na temporada 2007/08.
Mas o título não salvou o clube da má administração. Desde 2008, o Porthsmouth já passou pela mão de investidores russos, árabes, israelitas e nepaleses, chegando a ser vendido três vezes em um ano, mas nunca se firmou financeiramente. A equipe perdeu até sua vaga na Europa League 2010/11 por não cumprir as condições financeiras estabelecidas pela Uefa. Após entrar em concordata duas vezes nesses quatro anos, o clube foi adquirido em julho de 2011 pela Convers Sports Initiative, empresa presidida pelo russo Vladimir Antonov.
No dia 28 de novembro de 2011, Antonov foi preso na Inglaterra por fraude e estelionato envolvendo seu banco Snoras, desencadeando uma nova crise que terminou com um novo pedido de concordata do clube em fevereiro deste ano.
O time principal, aliás, conta desde hoje com apenas sete jogadores, após a confirmação da saída do atacante Luke Varney para o Leeds United. A estreia do clube na League One está marcada para o dia 18 de agosto.
Há duas semanas os dirigentes fizeram um pedido formal aos seus atletas de que aceitassem rebaixar os seus salários para aliviar a situação financeira do clube. A direção já recebeu duas novas ofertas pelo clube, mas ambos os possíveis compradores exigem que a folhas de pagamentos do time seja reduzida antes de fecharem negócio.
“Nós continuaremos a fazer tudo que podemos para facilitar esses acordos, mas o futuro do Portsmouth depende da vontade de certos jogadores e seus agentes de aceitar novos acordos em cifras e termos que sejam possíveis para o clube”, afirmou Trevor Birch, administrador público que assumiu os negócios do clube após este entrar em concordata. “A menos que nós tenhamos um progresso significativo até 10 de agosto, nós não teremos outra saída a não ser fechar o clube”, concluiu Birch.
Alguns atletas, como o nigeriano Nwanko Kanu e o israelita Tal Bem Haim, exigem na justiça dívidas trabalhistas do clube que superam os três milhões de euros cada.
Sabendo da situação, o ex-técnico do clube na conquista da FA Cup de 2008, Harry Redknapp, que na última temporada treinou o Tottenham, disse que conversará com alguns dos atletas que conhece no Porthsmouth para persuadi-los de colaborar para solucionar a situação do clube.
“Eu ligarei para o Kanu e verei se há alguma coisa que possa fazer. Enquanto ao Ben Haim, se os jogadores têm um contrato e o clube lhes deve dinheiro, você consegue entender por que eles acham que devam recebê-lo. Mas se o clube é fechado eles não receberão nada e por isso deviam pensar muito sobre o caso”, disse Redknapp à ESPN.