O “Jogo da Amizade” entre Brasil e Colômbia, realizado na noite de ontem no estádio Nilton Santos, o Engenhão, conseguiu ser abraçado por emissoras e empresas anunciantes, o que garantiu uma maior verba a ser doada aos familiares das vítimas do acidente com o time da Chapecoense. O problema foi o público presente, que esteve longe de lotar a arena do Rio de Janeiro.
Foram um pouco mais de 18 mil pagantes no Engenhão, o que gerou uma renda de R$ 1,2 milhão, valor a ser doado aos familiares das vítimas. Os números, no entanto, foram aquém do almejado pela CBF com a partida. A expectativa era de estádio cheio, com mais de 40 mil pessoas, e uma arrecadação próxima dos R$ 4 milhões.
Mesmo com o apelo de um jogo sob o tema da solidariedade a um acidente que comoveu o país no fim do último ano, alguns fatores atrapalharam o plano de ter um estádio cheio. Ausência do estádio do Maracanã, uma seleção ‘caseira’, sem jogadores que atuam fora do país, e o ingresso relativamente caro, entre R$ 70 e R$ 150, afastaram os torcedores.
Nem por isso o objetivo de levantar dinheiro com a partida foi malsucedido. A Globo, por exemplo, fez questão de anunciar quais empresas parceiras usaram o jogo para fazer doação à Chapecoense. Marcas como Ipiranga, Ricardo Eletro, Sky e Tramontina foram citadas no intervalo e no fim da transmissão da partida ganha pelo Brasil. No total, as companhias somaram R$ 3,8 milhões, mais de três vezes a renda obtida com o público.
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As parceiras da Globo não foram as únicas que resolveram doar. Como a Máquina do Esporte mostrou, o Sportv havia pedido que seus patrocinadores doassem à Chapecoense a verba que seria destinada à publicidade na transmissão. Ambev, Itaú, Ipiranga e McDonald’s aderiram à iniciativa. Com o sinal aberto oferecido pela CBF às emissoras, outras doações devem acontecer.
Além do alto valor que a partida conseguiu arrecadar, o encontro entre brasileiros e colombianos foi marcado por uma série de homenagens. Os destaques foram os sobreviventes da Chapecoense, Jackson Follmann, Alan Ruschel e Neto, e o jornalista Rafael Henzel, que tiveram uma cerimônia de recepção no estádio, antes do início do jogo. Henzel, por sinal, proporcionou um momento inusitado na televisão brasileira ao dividir a narração da partida com Galvão Bueno, na Globo.
Mesmo sem o estádio lotado, o público foi comovido pela causa da Chapecoense. Além de camisas e cartazes em referência ao time catarinense, houve, antes de a bola rolar, um minuto de aplausos, em substituição ao minuto de silêncio.