A uma semana do anúncio da sede dos Jogos Olímpicos de 2016, a disputa entre as candidatas à organização do evento volta seus holofotes para Barack Obama e Luiz Inácio Lula da Silva, que colocaram seus prestígio e carisma no cenário político internacional à disposição dos comitês organizadores de Chicago e Rio de Janeiro. O presidente dos Estados Unidos estuda a possibilidade de viajar a Copenhague, na próxima sexta-feira, para acompanhar a sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI) que definirá a cidade vencedora. Os passos do comandante norte-americano estão sendo ?monitorados? pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), preocupado com o lobby de Obama, que oficialmente será representado pela mulher, Michelle, no evento. Nas últimas semanas, o político se tornou peça-chave da campanha de Chicago e chegou a enviar cartas aos membros do COI declarando seu apoio irrestrito ao projeto, alvo de protestos dos moradores locais. “A gente está bem, mas esse lobby do Obama não estava nos planos e não sabemos o que vai dar”, disse à ?Reuters? uma fonte ligada ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual do Rio de Janeiro. O chefe de estado brasileiro, por sua vez, já está malas prontas para a Dinamarca. A viagem, inclusive, marcará a estreia do nova aeronove presidencial, batizada de Bartolomeu de Gusmão. Na reta final da campanha, Lula tem promovido o Rio de Janeiro em todos os seus discursos fora do país, a exemplo do que aconteceu na semana passada, em Nova York, quando concedeu entrevista aos veículos de comunicação locais. O encontro de Lula com jornalistas norte-americanos rendeu uma reportagem no jornal ?The New York Times?, que classificou o trabalho do mandatário brasileiro ao promover o projeto Rio 2016 como o ?mais fácil do mundo?. ?Basta dizer que o Rio tem as praias mais bonitas do mundo que ele consegue audiência imediata?, analisou o texto do diário. ?Quando alguém observou que Michelle Obama representará os Estados Unidos em Copenhague, Lula disse que está levando sua mulher com ele. Então, serão dois contra um?, completou o ?NY Times?. Na última corrida olímpica, Tony Blair foi um dos principais articuladores da campanha de Londres para 2012. Com esse exemplo, o rei Juan Carlos, da Espanha, também apoiará Madri diante dos membros do COI na próxima semana. Já o novo primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, ainda não confirmou sua presença.