O empresário José Hawilla, estopim do escândalo de corrupção que levou José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), à prisão nesta quarta-feira (27), na Suíça, se pronunciou pela primeira vez após o estouro do caso. Por meio de seu advogado, José Luis de Oliveira Lima, o dono da agência de marketing esportivo Traffic se diz favorável às investigações.
“O empresário José Hawilla apoia as investigações e prestou os esclarecimentos devidos às autoridades”, disse o representante legal de Hawilla com exclusividade à reportagem da Máquina do Esporte, sem se estender no assunto. Econômico, Lima afirmou que esse será o único pronuciamento de seu cliente sobre o tema.
Horas antes, a Máquina do Esporte mostrou que o executivo foi procurado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em dezembro do ano passado, e aceitou as acusações de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro, e selou um acordo de US$ 151 milhões em troca da delação premiada, dos quais US$ 25 milhões foram pagos no momento do acerto.
Além de Hawilla, as duas empresas do Grupo Traffic nos Estados Unidos foram indiciadas pelos americanos. O acordo feito pelo empresário também envolve essas companhias. Além do dono da Traffic, Charles Blazer (conhecido como Chuck Blazer, ex-secretário geral da Concacaf), Daryan Warner e Daryll Warner se declararam culpados e também fizeram acordos menores, de até US$ 2 milhões, para escapar da prisão.
De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, os escândalos de corrupção envolvem duas gerações de dirigentes esportivos. Entre as suspeitas levantadas estão o pagamento de propinas para negociações comerciais dos principais torneios da Concacaf e da Conmebol, boa parte deles têm a Traffic como responsável pela função de vender os direitos de televisão e patrocínios.
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