Quem anda pelo metrô de Paris dificilmente deixará de se deparar com enormes propagandas com os dizeres “Jogo na Capital”. Trata-se do Lens divulgando a partida contra o Paris Saint-Germain que acontecerá no Stade de France, na região metropolitana da capital francesa.
A estratégia do time francês lembra a de muitos brasileiros que preferem jogar em estádios da Copa do Mundo, longe de suas casas, para lucrar com a bilheteria. E isso não tem sido bem visto no país europeu.
Lens fica a 200 km de Paris. O time da cidade joga em um estádio de 40 mil pessoas, uma das sedes da Eurocopa de 1984. Para enfrentar o PSG, ele jogará no palco da final da Copa do Mundo de 1998, com capacidade para 80 mil pessoas, e expectativa de receber 60 mil pessoas.
A ideia do time é lucrar com a bilheteria (os ingressos custam entre 18 e 70 euros) e divulgar o grupo de investidores do Azerbaijão, que compraram o clube em 2013. As partidas contra o Lille e contra o Olympique de Olympique de Marseille também serão no local. Mas, claro, o time não conseguiu fugir de polêmicas com a decisão.
A primeira questão é a inversão de mando. A torcida do PSG será maioria no estádio, o que desagradou os torcedores. Além disso, a divisão de torcida tornou o jogo perigoso. Autoridades francesas classificaram o evento como “alto risco”. Serão disponibilizados 600 policiais e mil seguranças para conter o encontro de 20 mil torcedores do Lens contra uma maioria parisiense.
Até mesmo o gramado foi alvo de crítica. O técnico do PSG, Laurent Blanc, classificou-o como “desastre”. O Stade de France recebeu recentemente a partida entre França e Portugal, mas, nos últimos anos, tem sido usado com mais frequência pelo rúgbi.