A frustração de ir a uma loja de artigos esportivos para comprar uma camisa de futebol para uma criança foi o ponto de partida para a criação de um projeto inédito no futebol brasileiro. Quando Júlio Mariz, executivo com vasta experiência no mundo do esporte, não conseguiu achar o que queria para presentear o neto recém-nascido, passou a trabalhar num projeto para levar ao futebol o conceito que criou um dos melhores cases de sucesso infantil no YouTube.
“As crianças precisam ter uma opção brasileira. Elas consomem séries infantis internacionais, e os pais compram os brinquedos e outros produtos oriundos das séries. Precisamos colocar o futebol nas prateleiras das crianças, e o desenho animado é a porta de entrada”, disse Mariz, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
O projeto começou a ser desenhado em 2017, em parceria com a Animaking e a Fullframe. O Atlético-MG foi o primeiro a embarcar na ideia, em julho de 2018. Meses depois, o Vasco assinou. No começo do ano, o Corinthians aderiu à Liga dos Mascotes. Os clubes são remunerados com royalties sobre a venda dos produtos.
Foto: Divulgação
Na última semana, a Liga dos Mascotes começou a funcionar. Os primeiros vídeos, com cerca de um minuto de duração, servem para apresentar o universo do futebol aos espectadores. A ideia, com o tempo, é ir ganhando corpo e virando um produto.
“Entendemos ser importante para rejuvenescermos a marca, atingindo um público mais jovem, de uma forma diferente, em um ambiente que ele está acostumado a consumir conteúdo”, explicou Guilherme Neto, coordenador de marketing do Vasco.
O projeto prevê o desdobramento de uma linha de produtos licenciados. Para isso, a Liga precisa que a produção de conteúdo consiga ter mais adesão. Mariz considera fundamental, para isso, o engajamento dos clubes para divulgar as animações. O foco principal de público são as crianças entre 4 e 7 anos de idade.
“Entendemos que o projeto com mascotes (temos três versões, segmentadas por público) é um ativo importante que pode auxiliar em diversos momentos, desde a comunicação até produtos licenciados. Esse licenciamento de produtos pode ser considerado a principal via de geração de receitas. Entendemos também que há a possibilidade de se monetizar também os próprios vídeos do YouTube”, afirmou Neto.
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O projeto de comunicação digital é mais um dos adotados pelo Vasco para ampliar a aproximação do clube com as crianças. Além disso, as apostas são nas escolinhas licenciadas, entrada em campo com jogadores para sócios e ainda produtos.
Ou, como resume o executivo vascaíno: “Parafraseando Cyro Aranha: ‘Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal!'”.