Ryan Lochte tem 32 anos. É medalhista olímpico, enorme vencedor do esporte. E, mesmo assim, cometeu um erro de amador ao contar uma história completamente descabida sobre uma noitada totalmente errada no Rio.
Pior. Lochte saiu do país, abandonando seus três parceiros na mentira para sofrer, sozinhos, o peso e a humilhação de deixarem de ser mocinhos para se tornarem bandidos. E, para completar, em seu pedido público de desculpas, diferentemente do feito por aqueles que ainda estavam no Brasil, Lochte continuou dizendo ter sido ameaçado e chantageado, contradizendo o que as próprias imagens e seus colegas afirmaram.
A pergunta que fica é: por quê?
O que leva um campeoníssimo do esporte a falar uma mentira dessas? E, pior ainda, continuar a sustentar isso? Por mais importante que atletas sejam em suas modalidades, nada lhes confere um status acima da sociedade.
O pior é que isso é alimentado pela própria indústria. Cartolas e mídia, no afã de produzir novos ídolos, transformam os atletas nesses semideuses.
Lochte teve uma atitude despreparada, infantil e irresponsável. A credibilidade de campeão olímpico tentou se sobrepor à do Brasil. Ele talvez imaginasse que a polícia não se preocuparia em investigar um assalto a atletas…
O Lochtegate mostra que os atletas, em geral, estão despreparados para o sucesso. Mais do que aprender com a derrota, o esportista precisa saber lidar com o sucesso. Perder é fácil, há sempre o dia seguinte para se levantar.