A Máquina do Esporte aceitou um convite do Bradesco, patrocinador do Revezamento da Tocha, para acompanhar a chama olímpica durante uma manhã em Vila Velha, cidade vizinha de Vitória, no Espírito Santo. E as poucas horas foram suficientes para entender a força e a complexidade do maior evento que antecede o Rio 2016.
Na verdade, a passagem pela tocha é tão grande que ela realmente opera como um evento à parte. São 100 dias de ação, com cerca de 300 cidades envolvidas e 12 mil condutores. Coca-Cola, Nissan e Bradesco dividem o direito de ativar a propriedade, que funciona como ferramenta para nacionalizar os Jogos Olímpicos.
A reportagem esteve em um dia reservado ao Bradesco, na Fundação do banco, projeto educacional da empresa que oferece ensino fundamental e ensino médio gratuito em áreas carentes das principais cidades brasileiras. Duas unidades serão contempladas com a Tocha; a segunda será em Sergipe
Da escola em Vila Velha, saíram 10 adolescentes que representavam um condutor. Eles foram escolhidos após um concurso de redação. Antes, a tocha passou de mão em mão: todos queriam a oportunidade de tirar uma foto com objeto mais desejado do momento. Nem os jornalistas presentes (este inclusive) resistiram ao desejo de levar uma imagem com ela.
A abundância de crianças se uniu aos ônibus do Rio 2016 que levavam cada condutor ao seu espaço correto. Com a reportagem esteve a ex-jogadora de basquete Macau, que hoje atua como técnica. Macau percorreu seus 200 metros com a tocha a 4 quilômetros do ponto inicial.
Em Vila Velha, a complexidade não pôde ser comparada ao dia anterior, quando a tocha passou por seis cidades, entre Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apesar da correria, o superintendente executivo de marketing do Bradesco, Fábio Dragone, exaltou a presença nas cidades menores, longes dos holofotes das capitais.
“Para mim, a essência do revezamento são as cidades pequenas. A tocha chega nelas, o comboio para e tem fogos de artifício. O comércio fecha no meio da tarde. Você consegue ver que esse é o grande acontecimento dos últimos anos daquela cidade”, afirmou.
Embaixador da Bradesco, o ex-jogador de vôlei Giovane Gávio é um dos que tem visto de perto o caos que é passar a tocha pelo Brasil. Natural de Juiz de Fora, ele foi a estrela da cidade quando o revezamento passou pelo local. O ex-atleta calcula que estará em cerca de 20 das cidades visitadas.
Em Vila Velha, o ex-jogador mais uma vez esteve presente. No ginásio da Fundação Bradesco, para as crianças, ele teve que se apresentar: “Oi, eu sou o Giovane do vôlei, bicampeão olímpico”. As professoras e bedéis, por outro lado, se empolgaram com a presença do ídolo, em uma daquelas demonstrações de que o tempo passa para todos.
Hoje, além do Bradesco e do fato de ter sido o primeiro brasileiro a carregar a tocha, Giovane é coordenador de vôlei do Rio 2016. Com a intensidade do revezamento, as funções devem se limitar. “Eu recebo convites de TVs e de empresas, mas não dá. Minha agenda já está bloqueada”, admitiu.
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